quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Continuarei


A luta é uma constante. Desde que me lembro de ser gente, a vida é sempre de luta...
Foi luta para crescer,
Luta para trabalhar e para viver,
Luta para ter casa,
Luta para ter filhos e os criar,
Luta para os levar à escola e alimentar,
Luta para lhes ensinar, uma forma honesta de viver,
Luta para eu estudar, trabalhando e cuidando da vida,
Luta para ter um lugar digno no mundo,
Luta para ajudar quem está mal no mundo e sem vóz para gritar,
Luta para aprender a parar,
Luta para aprender a lutar contra as adversidades da vida!...
Mas, continuarei a luta que comecei, e não me deixarei arrastar para uma inércia que me tira a vida.
Corro atrás do sol que é vida, observo os pássaros e os campos a florir, brinco na relva e subo às árvores com as crianças, adoro a chuva na cara, rebolar na areia, sapatos às costas e pés descalços,
Voltei ao fim/início da vida,
Carregarei o fardo que me foi imposto, ou que escolhi, a vida dá-nos isto, os meus braços não se baixam e as pernas também não,
Portanto continuarei na luta!...
Guida 29 Fevereiro 2012

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Vida

b>Neste dia solarengo, espreguicei-me e sorri…
As crianças brincavam,
Os pássaros chilreavam,
As árvores baloiçavam,
As flores abriam-se e floriam,
A relva era regada,
O comboio apitava e chiava,
Borboletas de mil cores fugiam,
Toscanejar e rabujar de velhos
Os cães rosnavam,
As formigas passavam,
Os gatos miavam,
E eu? Eu sorrio. Sorrio para à vida…
Sorrio para o sol, O sol sorri para mim,
As ondas me elevam , O mar me anima,
As algas me dão vida, e eu transmito vida,
Vida vivida, vida amarga, vida salgada,
Vida vivida, vida de amor vida de dádiva,
Vida de flores, de cores, de luz…
Vida de amor.
Guida

domingo, 27 de novembro de 2011

Se... Minha amiga do coração!...

Se eu fosse poeta, escreveria um poema;
Se eu fosse escultor, executaria uma estátua;
Se eu fosse músico, escreveria uma ópera;
Se eu fosse pintor, faria um quadro;
Se eu fosse criminoso, cometeria um crime para te salvar;
Se eu fosse cientista, investigaria uma maneira de matar tumores;
Se eu fosse religioso, serias um Deus da antiguidade...
Mas sou só um juiz. Só sei escrever sentenças, por isso vou fazer uma para ti.
Escrevi tantos “uns” e “uma”, porque foste única!...
Nunca haverá uma “quase-pessoa” como tu!...
1) O ministério publico veio requerer julgamento de:
Talula Maria , mãe solteira de sete filhos, doméstica, nascida em 02 de Fevereiro de 1995, filha de pais desconhecidos, de nacionalidade Portuguesa e de raça canina “ cão de água português”, imputando-lhe os factos ocorridos entre 02 de Fevereiro de 1995 até 5 de Junho de 2010, aqui dados por reproduzidos.
A arguida consentiu no julgamento na sua ausência.
A audiência decorreu com observância de formalismo legal.
A instância continua válida e regular.
2º Fato provado:
a)Com um mês foi descoberta pelos pais adoptivos Pedro e Carla;
b)Estava triste no canil tinha sido abandonada;
c)Veio para casa muito suja e de joelhos feridos,
deixou-se lavar, escovar o pelo comprido e preto, e assim apareceu à que iria ser sua dona os pais adoptivos ofereceram-na à mãe paterna. A dona apaixonou-se por ela imediatamente, foi amor à primeira vista.
Passou a viver neste apartamento que foi a sua casa , e onde dormia com o nariz encostado ao chão da cozinha .
Cresceu e começou a falar com os pais adoptivos e a dona, todos a mimavam, compraram-lhe brinquedos, e ensinaram-lhe brincadeiras que ela adorava, gostava de todos os seres que brincassem, pertencessem ou não à família, embora fosse um pouco ciumenta quando os seus faziam festas aos outros animais.
Sempre que podia fugia para o seu amado Suby, Amor que durou até à morte!...
Goza de boa reputação no seio familiar e arredores.
Nunca respondeu ou esteve presa.
2º - Factos não provados:
- Não há
A convicção do tribunal teve por fundamento a sua conduta, testemunhada pela sua matilha adoptiva.

3º Em tempo aplica o direito.
A arguida praticou o crime de fazer feliz aqueles que a adoptaram como “filhota”. Sem ela a vida nestes 15 anos e 4 meses teria sido bem pior.

Decisão
Por isso vai condenada a esperar pelo resto da matilha, onde quer que esteja, a fim de um dia todos poderem ser felizes.

Sem custas
05 de Junho de 2010
A Tua dona e amiga,
Guida

Vai esta sentença ser depositada no coração de quem ficou a pensar em ti para sempre, Talula Maria

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Querido Deus



Até agora o meu dia foi bom:
- Não fiz fofoca;
- Não perdi a paciência;
- Não fui gananciosa, sarcástica, rabugenta, chata, nem irónica;
- Controlei a minha TPM;
- Não reclamei;
- Não praguejei;
- Não gritei;
- Não tive ataques de ciúmes;
- Não comi chocolates;
- Também não fiz débitos no meu cartão de crédito, nem passei cheques pré-datados;
Mas peço a Tua proteção, Senhor, pois estou para me levantar da cama a qualquer momento!
AMÉM!!!

sábado, 17 de setembro de 2011

Tempo suspenso

A janela estava aberta para que entrasse o fresquinho da manhã. De olhos ainda fechados, mas com uma preguiça de me levantar fiquei ali na madorna, saboreando os raios de sol que teimavam em me bater na cara. Na moleza que me encontrava e como tudo em redor era silêncio, de repente comecei a ouvir um barulho, originado pelo pouco vento que corria, e como que a querer sacudir a preguiça que me invadia… Mas a curiosidade era maior que o sono, e apesar de não ter programa para o dia decidi levantar-me. Espreguicei-me longamente e foi ver de onde provinha aquele som de “bate-bate” diferente mas provocado pelo vento. Saí para o quintal apenas com o pijama fininho, e logo tiritei, estava um griso que fez arrepiar, mas a curiosidade logo fez esquecer o frio. Espanto o meu, um caracol agarrado à haste de um pequeno arbusto, e que era arremessado consecutivamente de encontro à janela! Mas o pobre caracol bem agarrado não desistia da sua subida. O quintal estava bem florido, e com cautela agarrei no animal e pousei-o junto a umas belas flores , existentes num canteiro e que nesta altura do ano tem as mais belas e variadas cores e n os mais diversos formatos. No meio daquele vaso gigante de cores estava uma que se distinguia das demais pela sua beleza fora do comum. Era uma “ Rosa de Porcelana” a sua origem é africana, da zona de Lunda Norte e Lunda Sul de Angola. Desconheço como vieram aqui parar. Mas como a sua beleza me deixa sempre extasiada retirei o caracol cuidadosamente para que a sua carapaça não continuasse a bater na janela e coloquei-o delicadamente junto às rosas, claro que ele não se fez rogado o local para ele fazer o seu passeio matinal era bem mais agradável, do que a bater nos vidros das janelas. Belíssimo despertar o meu, porque todos os meus sentidos ficaram alerta. Os meus olhos rejubilaram com o brilho do sol e o brilho das flores ainda cobertas de orvalho. O meu olfacto ficou enlevado com os cheiros de terra molhada, com o suave perfume que as flores enviavam sempre que eram sacudidas pelo vento. Cheiro suave e uma mistura diversa, mas que no seu conjunto nos envolve e nos eleva, e é indescritível descrevê-los tal a sua diversidade. Com o meu tacto bem apurado deslizei os dedos sobre as folhas, flores e suas pétalas uma a uma, macias que pareciam seda faziam-me lembrar a pele de bebé de meus filhos e netas, e meus dedos foram-se passeando ao de leve entre esta grande variedade de cores, cheiros e maciez destas divinas plantas com seus caracóis pachorrentos passeando por elas e que tanta alegria e paz me transmitem… Estava de tal modo abstracta do mundo que dei comigo a comer umas lindas pétalas das rosas de porcelana! E para meu próprio espanto acabei por fazer concorrência aos caracóis, o gosto era fabuloso, adocicado e fresco, que não resisti e acabei por fazer uma degustação às pétalas de outras plantas orvalhadas que estavam no jardim, e na realidade as plantas assim como são lindas à vista, são deliciosas ao paladar. Parei de comer para ouvir uns zumbidos de abelhas e outros insectos que me estavam a fazer concorrência. Na visita às belas plantas até uns passarinhos de v´~arias cores vieram beber o maravilhoso néctar daquelas flores… Com todo a beleza que me envolvia e como estávamos numa bela manhã de sábado de uma Primavera já avançada, decidi e fui vestir uns calções velhos, vesti uma blusa leve mas bem usada, umas sapatilhas frescas mas óptimas para caminhar, agarrei no meu mp3, onde tenho alguma da minha música preferida, coloquei um chapéu de palha na cabeça, e lá segui eu pelos montes saboreando e respirando o ar puro e leve da serra, feliz com o que via e sentia em meu redor. O manto de neblina se elevava do chão provocado pelo calor ainda fraco do sol, era um espectáculo que me transportava ao mundo esfusiante de felicidade, era o meu tempo “ suspenso”. Margarida Simão

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Baleia ou Sereia?


Há uns dias, numa cidade de França, um cartaz mostrando uma jovem
espectacular, na montra de um ginásio, dizia: "Este verão, queres ser
sereia ou baleia?"

Dizem que uma mulher, cujas características físicas não interessam,
respondeu à pergunta publicitária nestes termos:



«Estimados Senhores:
As baleias estão sempre rodeadas de amigos (golfinhos, leões-marinhos,
humanos curiosos). Têm uma vida sexual muito activa, engravidam e têm
baleiazinhas ternurentas, as quais amamentam.
Divertem-se à brava com os golfinhos, enchem a barriga de camarões,
brincam e nadam, sulcando os mares, conhecendo lugares tão
maravilhosos como a Patagónia, o mar de Barens ou os recifes de coral
da Polinésia.
As baleias cantam muito bem e até gravam CDs. São impressionantes e
practicamente não têm outros predadores além dos humanos. São
queridas, defendidas e admiradas por quase toda a gente.

As sereias não existem. E, se existissem, fariam fila nas consultas
dos psicanalistas, porque teriam um grave problema de personalidade,
"mulher ou peixe?".
Não têm vida sexual, porque matam os homens que delas se aproximam
Por isso, também não têm filhos.
São bonitas, é verdade, mas solitárias e tristes. Além disso, quem quereria
aproximar-se de uma rapariga que cheira a peixaria?
Para mim está claro, preferiro ser baleia.


Como já dizia a Mafaldinha, com o tempo ganhamos peso, porque ao
acumular tanta informação na cabeça, quando já não cabe, espalha-se
pelo resto do corpo. Por isso estamos um pouco mais fortes, mas somos
tremendamente cultas.

domingo, 21 de agosto de 2011

Almoço

Apesar de toda a minha vida ter sido uma vida dura de trabalho e de luta, sempre me incomodou ver a meu lado gente necessitada, nem que fosse de uma carícia nas mãos ou de um sorriso acompanhado de uma doce palavra...
Por este motivo antes de me aposentar já tinha contactado, várias instituições para poder oferecer os meus préstimos a bem de todos os que deles precisassem, sem ter de me importar com religiões, credos, política ou cor, o meu intuito mesmo era prestar serviço útil, que pudesse alegrar um pouco os corações, dos que sofrem e que nós a maior parte das vezes nem nos apercebemos.
Foi com a liga dos amigos do Hospital Garcia de Orta , o primeiro contacto, e com os “ Meninos do Dar à Costa, na Costa da Caparica
Aí aprendi que a dádiva não é minha, mas sim de todos nós que nos debruçamos sobre uma causa,
Aprendi que recebo muito mais carinho, gratidão, ternura, do que a que dou, porque cada palavra que ouço é uma palavra que chega do coração tanto do meu para quem precisa, como de quem precisa para o meu.
E aí eu penso: Existe tanta gente que dorme tranquila porque em determinado dia contribuiu com 1€ euro +/- e ficou na lapela com um autocolante para mostrar, ou uma moeda dada ao arrumador e aí dorme tranquilamente na sua cama pensando que por ter dado esta migalha de contributo se sente com o dever cumprido.
A vida para mim não é assim. Para mim a vida é uma partilha constante com todos os que me rodeiam, desde que necessitem e eu saiba, eu estou lá, sem títulos nem autocolantes na lapela...
Já dizia o poeta: “ ... Estamos todos bem servidos de solidão. De manhã a recolhemos do saco, em lugar do pão, o que recolhemos?... SOLIDÃO ...”
Lutemos para que esta solidão não se instale mais com as gentes deste país.
Não sei amar pela metade, quando amo... amo...
Sou sempre a mesma , sou mesmo assim, gosto de partilhar...
Mas certamente não serei a mesma para sempre, Deus o saberá.
6 de Maio de 2011
Margarida Simão

domingo, 17 de julho de 2011

A Busca


Neste momento da vida em que me encontro um pouco(bastante) enferma a minha busca continua...
Não procuro a perfeição, mas o que existe no coração,
Amo o sorriso das crianças, a dádiva dos animais,
Amo uma montanha verde e florida,
Amo uma brisa na cara,
Amo as cores do arco irís,
Amo andar à chuva, pôr os pés em poças de água,
Amo um abraço sincero, e um sorriso franco,
Amo o correr das águas do rio e o seu som,
Amo a sinceridade, honestidade, fraternidade, a dádiva...
Amo o sol e a lua e o que ambos nos proporcionam, a vontade de amar e o romantismo e mais, muito mais... Tudo o que o mundo nos pode dar!
Amo AMAR, e amo a vida, nunca atingirei a perfeição do amor, mas continuo a busca,
Os meus olhos transmitem amor e o meu coração dá AMOR, sem outra busca!...
Guida 16.07.2011

domingo, 19 de junho de 2011

Quatro frases célebres



Falando sobre conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson


começou uma conferência citando quatro frases:


1. "A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a
autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos
filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma
pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus."



2. "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a
juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque esta juventude é
insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."



3. "O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os filhos não ouvem
mais os pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."



4. "Esta juventude está estragada até ao fundo do coração. Os jovens
são maus e preguiçosos. Eles nunca serão como a juventude de
antigamente... A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa
cultura."




Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a
aprovação que os espectadores davam às frases.

Então, revelou a origem delas:

- a primeira é de Sócrates (470-399 a.C.)

- a segunda é de Hesíodo (720 a.C.)

- a terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.

- a quarta estava escrita em um vaso de argila descoberto nas ruínas
da Babilónia e tem mais de 4000 anos de existência.


Fantástico!! Não mudou nada.

Geração à rasca ?????????


Da autoria duma jovem de 61anos (isso mesmo!)...
«Geração à rasca foi a minha. Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.

Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.

Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra.
Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc.

A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão, ler-lhe a correspondência.

Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em "Zombies" desfocados.

Hoje, existem plasmas, LCD ou Tv com LEDs, que custam uma pipa de massa.

Na rádio ouviam-se apenas 3 estações, a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos os Gato Fedorento, só ouvíamos Os Parodiantes de Lisboa, os humoristas da época.

Havia serões para trabalhadores todos os sábados, na Emissora Nacional, agora há o Toni Carreira e o filho que enchem pavilhões quase todos os meses. A Lady Gaga vem cantar a Portugal e o Pavilhão Atlântico fica a abarrotar. Os U2, deram um concerto em Coimbra em 2010, e UM ANO antes os bilhetes esgotaram.

As Docas eram para estivadores, e o Cais do Sodré para marujos. Hoje são para o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebidas, e não só...

O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti.

As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude enviávamos lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou amigos que estavam por cá.

Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e E-Mails cheios de "k" e vazios de conteúdo.

As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas em Fiat 600, ou então nas viagens para as antigas colónias para combater o "inimigo".

Quem não se lembra dos celebres Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza... ...a viagem de ida.

Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos cruzeiros.
Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam doentes.

Coca-Cola e Pepsi, eram proibidas, o "Botas", como era conhecido o Salazar, não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e pirolito.

Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, era a preto e branco.
A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas.

Na escola, quando terminei o 7ºano do Liceu, recebi um beijo dos meus pais, o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão comemorar os fins dos cursos, para fora do país, em grupos organizados, para comemorar, tudo pago pelos paizinhos.

Têm brutos carros, Ipad's, Iphones, PC's, .... E tudo em quantidade. Pago pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!!
Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima.
Afinal qual é a geração à rasca...???

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Os europeus correm contra o muro





Entrevista de um professor chinês de economia, sobre a Europa, o Prof. Kuing Yamang, que viveu em França:

1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas , ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios, porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos...

2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.

3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.

4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.

5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.

6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.

7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!


8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...

9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um
desempregado...

10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nada na vida é por acaso...
Encontraste-me um dia angustiada e sem alegria, coisa pouco habitual nesta mulher que transporta energia e valentia para dar e repartir.( a continuar)

sábado, 28 de maio de 2011

Fui eu!...



Fui eu que um dia, pus um pé em água fria,
Meu corpo arrepiado se lembrou por um bocado, daquele gelo gelado por que passou certo dia. E, instintivamente agarrado à barriga que doía e doía, com a mão direita fazia, círculos no sentido dos ponteiros do relógio, para ver se abrandava o que tanto o incomodava, não pelo gelo gelado, mas por um corpo aquecido onde o gelo derretido, sabia a música e calmaria, e o calor produzido era como um manto divino... Onde sonhar é permitido, e os sonhos são a cores, têm cheiro e sabor, e calor muito calor, onde o amor aparece , uns braços que apertam, com ternura e doçura, nossos lábios se tocam, mas num segundo devoram tudo o que nos rodeia...
Quero que o tempo pare, apesar de não haver mais gelo para derreter, continuo a precisar desse calor e amor para me aquecer!...

Margarida

quarta-feira, 25 de maio de 2011

L I N D O S



Para todos aqueles que são:

Lindos de paz,

Lindos de coração,

Lindos de espírito,

Lindos de sabedoria,

Lindos de inteligência,

Lindos de alegria,

Lindos que contagiam,

Lindos de simpatia,

Lindos de sinceridade,

Lindos como pessoa...

Lindos por agradecer e aproveitar da melhor forma
todos os dias das suas vidas!...

Margarida

terça-feira, 24 de maio de 2011

Meditando - Imagino




No deserto do Seara sentada no cimo de um monte húmido pela noite fria, eu vi o nascer do Sol tantas eram suas definições que fiquei na dúvida de onde me encontrava...
Pareceu-me um rio com sua água tranquila e transparente, e onde não nos é possível tocar na mesma água duas vezes, assim como o tempo porque ambos passam e não os podemos agarrar duas vezes, a água que passou não passará de novo, o tempo igualmente...
Por isso a minha mente divagava e a ânsia de ver e viver era tanta, que meus olhos absorviam tudo ao meu redor.
Vi Tuaregues lindos com o seu tom azul, vestes e rosto da cor do céu, vi berberes doces e simpáticos alegres e amantes da vida, vi camelos e dromedários, pacíficos e indolentes devido ao seu temperamento e calor, adorei o mar de areia...
E tantas visões linda que o deserto me proporcionou, a liberdade, o silêncio, a música do vento e os raios do sol rasgando o horizonte e uma vontade de viver cada dia, sorvendo hora a hora, segundo a segundo de uma vida que deverá ser vivida e sentida por cada poro que temos.
Encontrei uma Coruja perdida, e desejei que encontrasse seu parceiro, depois de muito observar reparei como que por magia que seu parceiro estava do outro lado do rio!
Calmo mas de olho bem aberto, pronto para defender aqueles olhos grandes redondos penugem branca e cinza, e que faz parte da sua vida para uma partilha e vivência o mais saudável possível. Era a vontade de viver com força e alegria que estava presente.

Margarida Simão

domingo, 15 de maio de 2011

Parabens


PARA UMA GRANDE MULHER
A QUEM EU DESEJO DE TODO O CORAÇÃO
RAZÃO PARA SORRIR, TRABALHAR
AMAR, VIVER...
BRILHAR COMO AS ESTRELAS, DE MODO A SER FELIZ
E TENTANTO SEMPRE COM VIGOR
NUNCA DESISTIR DOS DEGRAUS DA VIDA... PARA SUBIR,
SORRIR, SORRIR COMO AS CORES DO ARCO IRIS!!!!

FORÇA AMIGA .

(Poesia em acróstico)

Margarida Simão

sábado, 7 de maio de 2011

A minha dádiva



Apesar de toda a minha vida ter sido uma vida dura de trabalho e de luta, sempre me incomodou ver a meu lado gente necessitada, nem que fosse de uma carícia nas mãos ou de um sorriso acompanhado de uma doce palavra...
Por este motivo antes de me aposentar já tinha contactado, várias instituições para poder oferecer os meus préstimos a bem de todos os que deles precisassem, sem ter de me importar com religiões, credos, política ou cor, o meu intuito mesmo era prestar serviço útil, que pudesse alegrar um pouco os corações, dos que sofrem e que nós a maior parte das vezes nem nos apercebemos.
Foi com a liga dos amigos do Hospital Garcia D’orta , o primeiro contato, e com os “ Meninos do Dar à Costa, na Costa da Caparica
Aí aprendi que a dádiva não é minha, mas sim de todos nós que nos debruçamos sobre uma causa,
Aprendi que recebo muito mais carinho, gratidão, ternura, do que a que dou, porque cada palavra que ouço é uma palavra que chega do coração tanto do meu para quem precisa, como de quem precisa para o meu.
E aí eu penso: Existe tanta gente que dorme tranquila porque em determinado dia contribuiu com 1€ euro +/- e ficou na lapela com um autocolante para mostrar, ou uma moeda dada ao arrumador e aí dorme tranquilamente na sua cama pensando que por ter dado esta migalha de contributo se sente com o dever cumprido.
A vida para mim não é assim. Para mim a vida é uma partilha constante com todos os que me rodeiam, desde que necessitem e eu saiba, eu estou lá, sem títulos nem autocolantes na lapela...
Já dizia o poeta: “ ... Estamos todos bem servidos de solidão. De manhã a recolhemos do saco, em lugar do pão, ou que temos?... SOLIDÃO...”
Lutemos para que esta solidão não se instale mais com as gentes deste país.
Não sei amar pela metade, quando amo... amo...
Sou sempre a mesma , sou mesmo assim, gosto de partilhar...
Mas certamente não serei a mesma para sempre, Deus o saberá.
6 de Maio de 2011
Margarida Simão

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um texto sem a letra 'A'


Pintura-Octávio Ocampo

Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento.
Trechos difíceis se resolvem com sinónimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo desporto do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o 'E' ou sem o 'I' ou sem o 'O' e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo sem o 'P', 'R' ou 'F', o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos.

De autor desconhecido.

sábado, 23 de abril de 2011

Diário de um padre...


Eu estava tão nervoso na minha primeira missa, que no sermão não
conseguia falar. Antes da segunda missa, dirigi-me ao Bispo e perguntei
como devia fazer para relaxar. Este, por sua vez, recomendou-me o seguinte:
-Coloque umas gotinhas de vodka na água, vai ver que da próxima vez estará
mais relaxado.
No Domingo seguinte, apliquei a sugestão do meu Bispo, e estava tão
relaxado, que podia falar alto até no meio de uma tempestade, tão
descontraído que estava. Ao regressar a casa, encontro um bilhete do
meu Bispo, que dizia o seguinte:
- Caro Padreco:

1º - Da próxima vez, coloque umas gotas de VODKA na água e não umas
gotas de água na VODKA;

2º- Não há necessidade de por limão e sal na borda do cálice;

3º- O missal não é, nem deverá ser usado, como apoio para o copo ;

4º- Aquela casinha ao lado do Altar é o confessionário e não o WC;

5º- Evite apoiar-se na imagem de Nossa Senhora, e muito menos abraçá-la e
beijá-la;

6º- Os mandamentos são 10 e não 12;

7º- 12 são os apóstolos, e nenhum deles era anão;

8º- Não nos devemos referir o nosso Salvador e seus apóstolos como "JC &
Companhia";

9º- Não deverá referir-se a Judas como "filho da ****" ;

10º- Não deverá tratar o Papa por "O Padrinho";

11º- Judas não enforcou Jesus, e Bin Laden não tem a ver com esta
história;

12º- A água Benta é para benzer e não para refrescar a nuca;


13º- Nunca reze a missa sentado nas escadas do Altar;

14º- Quando se ajoelhar, não utilize a Bíblia como apoio ao joelho;

15º- Utiliza-se o termo ámen e não "ó meu" ;

16º- As hóstias devem ser distribuídas pelos fiéis. Não devem ser
usadas como aperitivo antes do vinho;

17º- Procure usar roupas debaixo da Batina, e evite abanar-se quando

estiver com calor;

18º- Os pecadores vão para o inferno e não para "o raio que os parta";

19º- A iniciativa de chamar os fiéis para dançar foi plausível, mas
fazer um "comboio" pela igreja...

20º- Não deve sugerir que se escreva na porta da Igreja HOSTIA BAR.

P.S.: Aquele que estava sentado no canto do Altar ao qual se referiu
como "paneleiro travesti de saias" era eu!!...

Espero que estas suas falhas sejam corrigidas no próximo Domingo.

O Bispo__(desconheço autor)

Margarida Simão

sexta-feira, 25 de março de 2011

Oração



De Júlio Machado Vaz
Oração das Mulheres Resolvidas

Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo, que a fonte nunca seque, e que
a nossa sogra nunca se chame Esperança, porque Esperança é a última que
morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos, e que os nossos filhos tenham pais
ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos,
e os feios se tiver tempo...

Deus...
Eu vos peço sabedoria para entender um homem, amor para perdoá-lo e
paciência pelos seus actos, porque Deus, se eu pedir força, eu bato-lhe até
matá-lo.

Um brinde...
Aos que temos,
aos que tivemos e aos que teremos.

Um brinde também aos namorados que nos conquistaram, aos trouxas que nos
perderam, e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos!

Que sempre sobre,
que nunca nos falte,
e que a gente dê conta de todos!
Amén.

quinta-feira, 24 de março de 2011

PEDRAS


Nunca desvalorizes ninguém...
Guarda cada pessoa perto do teu coração...
Porque um dia podes acordar...
E perceber que perdeste um diamante....
Enquanto estavas muito ocupado coleccionando pedras.

Por falar em pedras...

...lembrei-me agora daquele poema lindíssimo de Fernando Pessoa que não resisto a mostrar (e devia ser lido todos os dias... e em voz alta, para o "ouvirmos" melhor!):

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 15 de março de 2011

Obrigada


Sei que sempre estão presentes, pelo menos em meu coração. A minha ausência não foi premeditada. Fui sujeita a uma intervenção cirúrgica, e ainda estou um pouco debilitada.
Graças a todos os meus amigos e à sua dádiva estou em franca recuperação. E, breve, breve, estarei por aqui.
BEM HAJAM A TODOS
Beijos
Guida

domingo, 27 de fevereiro de 2011

POEMA da 'MENTE'...



As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas…
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano…
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

E mais outro:
Um poema da "mente", só/mente!

Há um Ministro que mente...
Mente de corpo e alma, completa/mente.
E mente de modo tão pungente
Que a gente acha que ele mente, sincera/mente.
Mas mente, sobretudo, impune/mente...
Indecente/mente.
E mente tão habitual/mente, tão hábil/mente,
Que acha que, história afora, enquanto mente,
Nos vai enganar eterna/mente.


Nota: Não sei quem é o autor... com tal mente

Vi na net... está bem apanhada.
Compartilho com todos vós.
Guida

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

AMIGOS




O sol nasce para te ver sorrir,
A lua encanta-se ao ver-te dormir,
As estrelas protegem-te do pior,
E eu desejo-vos tudo do MELHOR...

Se a felicidade viesse em gotas...
Enviava-vos em forma de tempestade...
Para que nas gotas vos afundassem,
E, nunca deixassem de serem felizes

Guida

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Vive...


"Quanto tempo tem o tempo...
E o tempo quanto tempo tem?"
Se o tempo que a gente tem,
Ele passou sem se dar...
Foi o tempo do amor,
Sem vagar de esperar!...
Não persigas a felicidade, que não a encontrarás...
Dispõe-te a recebê-la e ela virá...
Desejos sorridentes de amor e carinhos,
Envoltos em laços e muitos beijinhos...

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ai a gripe!...

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)

domingo, 23 de janeiro de 2011

Visão de Amor


Um pouco de pão,
um pouco de água fresca,
a sombra de uma árvore
e os teus olhos!
Nenhum sultão
é mais feliz do que eu...
Nenhum mendigo
é mais triste....
.
II
Deixemo-nos de palavras vãs.
Levanta-te e dá-me um pouco de vinho.
Esta noite a tua boca
é a mais bela rosa do mundo
e basta para todos os meus desejos.
Dá-me vinho.
Que ele seja corado como as tuas faces,
e o meu remorso
será leve como as tuas tranças.
.
III
A brisa da Primavera renova as rosas
e, na sombra azul do jardim,
acaricia o rosto da minha amada.
A despeito da ventura que já gozei,
sou tão feliz hoje
que não me lembro de ontem:
esqueço o passado...
É tão imperioso o prazer deste momento...
.
IV
Porquê tanta suavidade,
tanta ternura,
no começo do nosso amor?
Porquê tantos carinhos,
tantas delícias, depois?
E... porquê, hoje,
o teu único prazer
é dilacerar o meu coração?
Porquê?...
.
Omar Ibn Ibrahim El Kháyyám nasceu em Nichapour, Pérsia, no ano de 1040 da era cristã.
Kháyyám significa em persa "fabricante de tendas", e o poeta adoptou esse nome em memória do ofício que exercia seu pai.
Além de poeta, Omar Kháyyám foi grande matemático e astrónomo. Dos seus livros de ciência chegaram até nós o Tratado de algumas dificuldades das definições de Euclides e as Demonstrações dos problemas de álgebra.
Director do observatório de Merv, fez, em 1074, a reforma do calendário muçulmano.
Omar Kháyyám morreu na mesma cidade do seu berço aos 85 anos de idade.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pétalas e sol


Todos os dias me dizes, que cada manhã nos traz mil sóis e mil rosas...
Sim, mas onde estão as pétalas das rosas de ontem?
E as dos outros dias anteriores?
Fizeste almofadas em formato de girassol, e borboletas, onde repousas a cabeça e dás vida às letras que te vão no coração...

MIL SÓIS


Cabul
Saeb-e-Tabrizi
(Traduzido por Evandro Venancio)

Ah! Quão bonita é Cabul rodeada por suas áridas montanhas
E rosas, as trilhas de espinhos invejam-lhe
Suas rajadas do triturado solo levemente ardem os meus olhos
Mas eu a amo, pois o conhecimento e o amor nascem deste mesmo pó

Minha canção exalta tuas deslumbrantes tulipas
E na beleza de tuas árvores, eu ruborizo-me
Quão efervescente a água flui do Pul-I-Bastaan
Que Allah proteja tanta beleza dos olhos maldosos dos homens!

Khirz escolheu o caminho de Cabul para alcançar o Paraíso
Para suas montanhas trouxe encantos próximos do céu
Da fortaleza com paredes extensas, Um Dragão de protecção
Cada pedra é mais preciosas do que o tesouro de Shayagan

Todas as ruas de Cabul são atraentes para os olhos
Através dos bazares, caravanas do Egito passam
Não se podem contar as luas que brilham por seus telhados
Nem os mil sóis esplêndidos que se escondem por trás de seus muros

Seu riso das manhãs contém a alegria das flores
Suas noites de escuridão, os reflexos de lustrosos cabelos
Suas cantigas nocturnas, com paixão cantam suas canções
Em ardentes tons, como folhas inflamadas, caindo de suas gargantas

E eu, eu canto nos jardins de Jahanara, de Sharbara
E até mesmo as trombetas dos céus invejam os seus pastos verdes


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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Meu Sol, meu tesouro


Jamais esquecerei a doçura de teus olhos,
Outros momentos hão-de vir para que meus olhos olhem os teus.
a atracção que exercem sobre os meus são um alento para o meu ser;
És um tesouro em minha vida, oculto pela espuma e brisa do mar, oculto pela bruma da manhã,
Tu não sabes mas, desde o nascer ao pôr do sol, e pela noite dentro, e até o mesmo quando volta a raiar o dia, o teu sabor, o teu calor,
o teu ser, eu sinto em mim…
Foi um bem, este cruzamentos de vidas que me faz vibrar e viver com alegria desde a passagem pela rotunda...
Não sabia que o sol tinha tanto calor;
Tão brilhante e fogoso ele é;
O amor que transmite, é puro e verdadeiro;
Nunca senti que estivesse zangado com o mundo, pois é todo ele ternura, brandura, dádiva, imenso é o seu coração,
seu mundo é Paz, como para todos os seres que o rodeiam.
Longe é seu viver..., mas todos os momentos são bons para sentir e beijar sua boca e sentir seu calor.
O mar que nos separa , também nos une, pois é tão grande a ânsia de nossos braços;
Pudera eu/ele, andarmos de mãos dadas ao sabor do vento, correr ao sol…
toda a beleza que nossos corações guardam, transbordaria e fazia um mar de flores perfumando o ar ;
Sempre sonhando… tudo não passa de sonho…
Pois a vida é uma roda viva, e andamos sempre a rodar;
neste imenso sonho que me encontro e que ninguém pode impedir de sonhar...
Recordo com muito orgulho, quando me deste a mão, mão de pai, marido, homem honesto, mão de amigo. E que com um fiozinho me deixou agarrar, e que agarrei com toda a minha força, pela imensidão de seu coração
No rumo leva a vida, mas sem entraves nem picos; eu continuo à sombra mas com orgulho, tentando fazer mais feliz, a quem felicidade me dá…
Sem machucar ninguém, eu quero dar meu amor tudo o que de bom eu poder , respeito e tenho orgulho no tesouro que encontrei…
Bens materiais não são meu intuito, interessa-me bem mais os bens do coração.
Autor "Coruja"

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sem-Fim



"No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta. E no planeta um jardim
e no jardim, um canteiro, no canteiro uma violeta e sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim, a asa de uma borboleta" [Cecília Meireles]

Um cê a mais


Manuel Halpern

Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.

Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.

As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar.

Dá para pensar


Pequenas comparações com grandes diferenças.

NA PRISÃO
Passas a maior parte do tempo numa cela de 3x3 metros.

NO TRABALHO
Passas a maior parte do tempo num cubículo de 2x2 metros.

NA PRISÃO

Tens três refeições por dia completamente grátis.

NA PRISÃO
Tens assistência médica e dental GRÁTIS.

NO TRABALHO

Tens uma pausa para uma refeição, que tens que pagar.

NO TRABALHO
Tens um seguro de saúde (que sai do teu salário) e que pode ou NÃO cobrir os tratamentos de que precisas.

NA PRISÃO

Reduzem-te o tempo se te portares bem.

NO TRABALHO
Dão-te mais trabalho se te portares bem.

NA PRISÃO
O guarda fecha e abre as portas para ti.

NO TRABALHO
Muitas vezes tens um cartão de acesso e tens que abrir e fechar as portas tu mesmo.

NA PRISÃO
Podes ver televisão e jogar o que quiseres.

NO TRABALHO
Podes ser despedido por ver televisão e jogar no computador.

NA PRISÃO
Tens uma retrete privativa.

NO TRABALHO
Tens que partilhar a retrete com gente que mija no assento.

NA PRISÃO
Autorizam-te a receber a visita da tua família e amigos.

NO TRABALHO

Nem sequer admitem que converses com a tua família.

NA PRISÃO

Todas as despesas são pagas pelos contribuintes e não tens que trabalhar.

NO TRABALHO
Tens que pagar as despesas para ir para o trabalho e deduzem taxas ao teu salário para pagar os custos das prisões.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tempo


Os anos passam...
Os amigos ficam,
A vontade de aprender nos junta...

Fruto do saber e dedicação da nossa querida profª
É como uma corda que nos junta, nos une, existe sempre lugar para mais um nó... E nós queremos sempre, mais e mais...

O nosso Bem-Haja.
Clube de Leitura

sábado, 8 de janeiro de 2011

Para todos vós, os meus desejos!...




O Sol nasce para vos ver sorrir,
A lua levanta-se ao ver-vos,
As estrelas protegem-vos do pior,
E eu...
Desejo-vos tudo do melhor.
Para este ano 2011

Se... Minha amiga do coração!...


Se eu fosse poeta, escreveria um poema;
Se eu fosse escultor, executaria uma estátua;
Se eu fosse músico, escreveria uma ópera;
Se eu fosse pintor, faria um quadro;
Se eu fosse criminoso, cometeria um crime para te salvar;
Se eu fosse cientista, investigaria uma maneira de matar tumores;
Se eu fosse religioso, serias um Deus da antiguidade...
Mas sou só um juiz. Só sei escrever sentenças, por isso vou fazer uma para ti.
Escrevi tantos “uns” e “uma”, porque foste única!...
Nunca haverá uma “quase-pessoa” como tu!...
1) O ministério publico veio requerer julgamento de:
Talula Maria , mãe solteira de sete filhos, doméstica, nascida em 02 de Fevereiro de 1995, filha de pais desconhecidos, de nacionalidade Portuguesa e de raça canina “ cão de água português”, imputando-lhe os factos ocorridos entre 02 de Fevereiro de 1995 até 5 de Junho de 2010, aqui dados por reproduzidos.
A arguida consentiu no julgamento na sua ausência.
A audiência decorreu com observância de formalismo legal.
A instância continua válida e regular.
2º Fato provado:
a)Com um mês foi descoberta pelos pais adoptivos Pedro e Carla;
b)Estava triste no canil tinha sido abandonada;
c)Veio para casa muito suja e de joelhos feridos,
deixou-se lavar, escovar o pelo comprido e preto, e assim apareceu à que iria ser sua dona os pais adoptivos ofereceram-na à mãe paterna. A dona apaixonou-se por ela imediatamente, foi amor à primeira vista.
Passou a viver neste apartamento que foi a sua casa , e onde dormia com o nariz encostado ao chão da cozinha .
Cresceu e começou a falar com os pais adoptivos e a dona, todos a mimavam, compraram-lhe brinquedos, e ensinaram-lhe brincadeiras que ela adorava, gostava de todos os seres que brincassem, pertencessem ou não à família, embora fosse um pouco ciumenta quando os seus faziam festas aos outros animais.
Sempre que podia fugia para o seu amado Suby, Amor que durou até à morte!...
Goza de boa reputação no seio familiar e arredores.
Nunca respondeu ou esteve presa.
2º - Factos não provados:
- Não há
A convicção do tribunal teve por fundamento a sua conduta, testemunhada pela sua matilha adoptiva.

3º Em tempo aplica o direito.
A arguida praticou o crime de fazer feliz aqueles que a adoptaram como “filhota”. Sem ela a vida nestes 15 anos e 4 meses teria sido bem pior.

Decisão
Por isso vai condenada a esperar pelo resto da matilha, onde quer que esteja, a fim de um dia todos poderem ser felizes.

Sem custas
05 de Junho de 2010
A Tua dona e amiga,
Guida

Vai esta sentença ser depositada no coração de quem ficou a pensar em ti para sempre, Talula Maria

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O que quero neste Natal


Dentro ainda da quadra natalícia venho somente desejar-vos um Bom Ano Novo,nas palavras de um menino africano da Casa do Gaiato de Malanje que fez o texto que transcrevo.

O que quero, Senhor, neste Natal, é montar uma árvore dentro do meu coração,
nela pendurar, em vez de presentes, o nome de todos os meus amigos. Os antigos e os mais recentes. Os amigos de longe e de perto. Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que, às vezes, ficam esquecidos. Os constantes e os intermitentes. Os das horas difíceis e os das horas alegres. Os que, sem querer, eu magoei ou, sem querer, me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles que não me são conhecidos, a não ser nas aparências. Os que me devem e aqueles a quem muito devo.
Os amigos humildes e os amigos importantes. O nome de todos os que já passaram pela minha vida. Uma árvore de raízes muito profundas, para que os seus nomes nunca mais sejam arrancados do meu coração.
De ramos muito extensos, para que nomes, vindos de todas as partes, venham juntar-se aos existentes.
De sombra muito agradável, para que a nossa amizade seja um aumento de repouso, nas lutas da vida.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Natal de Quem?


Do peru, das rabanadas.- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino Murmura baixinho: - Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis Sem regras nem leis.
E Cristo Menino A fazer beicinho: - Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu? O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar: - Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu? Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!...

João Coelho dos Santos
In Lágrimas do Mar – 1996
“O meu mais belo poema de Natal”BOAS FESTAS – FELIZ 2011

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

" VIVER "


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"Alegria"


"... - Meu querido filho, jamais te deixaria nas horas de prova e de sofrimento. Quando viste na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas...
Foi exactamente aí que te peguei ao colo..."
In, Pegadas na Areia

Quero ser a primeira pessoa a dar-te os parabéns.
Dar-te os parabéns pelo filho que tiveste;
Dar-te os parabéns, pelos 28 anos de ser mãe;
Pela mulher que és;
E por tudo o que lhe deste;
Sorri sempre, amiga,
Que o teu sorriso, traz-nos alegria;
É bonito, quente e amistoso;
É expansivo e carinhoso;
É um sorriso de menina;
E um dia por mais que fiques velhinha,
Hás-de ter sempre esse sorriso, que sempre vi no teu rosto;
Um sorriso de Alegria.
Fevereiro de 1985
P.S. de nora, Maluca, pulga eléctrica, despassarada, pele e osso, Fofinha, eh!eh!eh!eh!eh!eh!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sou como tu me vês.


Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como tu me vês passar.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para ti, fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio dos outros.
Clarisse Lispector
(TeaPot, para ti)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS


Poema de Mário de Andrade

Contei meus anos e descobri que terei menos

tempo para viver daqui para a frente do que já

vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma

bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas

percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com

mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam

egos inflados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir

quem eles admiram, cobiçando lugares, talentos e

sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis,

para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias

que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de

pessoas, que apesar a idade cronológica, são

imaturos.

Detesto fazer acareação de desafectos que

brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral

do coral.

"As pessoas não debatem conteúdos, apenas os

rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater

rótulos, quero a essência, minha alma tem

pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado

de gente humana,

muito humana; que sabe rir de seus tropeços,

não se encanta com

triunfos, não se considere a eleita antes da hora,

não foge da sua mortalidade,

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Uma Fábula Judaica


Três mulheres conversando ao lado de um poço. Um velho as escutava.
A primeira mulher dizia:

- Meu filho é muito forte, corre e pula.
A segunda dizia:

- O meu filho canta como os passarinhos.
A terceira mulher nada dizia, então o velho perguntou:

- Você não tem filhos?
Ela respondeu:

- Tenho, mas ele é um menino normal como todas as crianças.
As três mulheres pegaram seus potes cheios de água e foram caminhando.

No meio do caminho, elas pararam para descansar e o velho homem sentou ao lado delas.
Logo elas viram seus filhos voltando para perto delas.

O primeiro vinha correndo e pulando, o segundo vinha cantando lindas canções.

O terceiro não vinha pulando nem cantando, ele correu em direção a sua mãe

e pegou o pote cheio de água e levou para casa.
Então as três mulheres perguntaram para o velho homem:

- O que o senhor achou dos nossos filhos?
E o velho homem respondeu:

- Realmente, eu acabei de ver três meninos, mas vi apenas um filho.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

VIVER DESPENTEADA




Decidi aproveitar a vida com mais intensidade...
O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é bom, engorda. O que é lindo, custa caro.
O Sol que ilumina o teu rosto, enruga.
E o que é realmente bom nesta vida, despenteia...

- Fazer amor - despenteia.
- Nadar - despenteia
- Pular - despenteia.
- Tirar a roupa - despenteia.
- Brincar - despenteia.
- Dançar - despenteia.

- Dormir - despenteia.

- Beijar com ardor - despenteia.


É a lei DA vida: Vai estar sempre mais despenteada a mulher que decide andar na montanha russa, que aquela que decide não subir.

Por isso, a minha recomendação a todas as mulheres: entrega-te, come coisas gostosas, beija, abraça, dança, apaixona-te, relaxa, viaja, salta, dorme tarde, acorda cedo, corre, voa, canta, arranja-te para ficares Linda, arranja-te para ficares confortável, admira a paisagem, aproveita, e acima de tudo:

Deixa a vida despentear-te!!!!

O pior que pode acontecer é que precises de te pentear de novo...

domingo, 17 de outubro de 2010

Se, se, se!...


Se podes conservar e teu bom senso e a calma,
Num mundo a delirar, p’ra quem o louco és tu;
Se podes crer em ti, com toda a força d’alma,
Quando ninguém te crê, se vais faminto e nu
Trilhando sem revolta um rumo solitário;
Se à torva intolerância, à negra incompreensão
Tu podes responder, subindo o teu calvário,
Com lágrimas de amor e bênção de perdão;


Se podes dizer bem de quem te calunia;
se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
mas sem a resignação dum santo que oficia,
nem pretensões de sábio a dar lições de amor;
se podes esperar sem fatigar a esp’rança;
sonhar mas conservar-te acima do teu sonho;
fazer do pensamento um arco de aliança,
entre um clarão do inferno e a luz do céu risonho;


se podes encarar com indiferença igual,
o triunfo e a derrota – eternos impostores;
se podes ver o bem oculto em todo o mal
e resignar, sorrindo, o amor dos teus amores;
se podes resistir à raiva ou à vergonha
de ver envenenar as frases que disseste
e que um velhaco emprega, eivados de peçonha,
com falsas intenções que tu jamais lhes deste:


se és um homem para arriscar todos os teus haveres
num lance corajoso, alheio ao resultado
e, calando em ti mesmo a mágoa de perderes
voltas a palmilhar todo o caminho andando;
se podes ver por terra as obras que fizeste,
vaiadas por malsins, desorientando o povo,
e sem dizer palavra e sem um termo agreste
voltares ao principio, a construir de novo;


se quem conta contigo encontra mais do que conta;
se podes empregar os sessenta segundos
dum minuto que passa, em obra de tal monta;
que o minuto se espraie em séculos fecundos;
se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre
ou, vivendo entre os reis conservas a humildade;
se amigo ou inimigo, o poderoso e o pobre
são iguais para ti, à luz da eternidade;



então o ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos e os espaços;
Mas ainda p’ra além um novo sol rompeu
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos;
Pairando numa esfera acima deste plano
Sem recear jamais que os erros te retomem,
quando já nada houver em ti que seja humano,
alegra-te meu filho, então serás um homem.
Rudyard Kipling (1865/1936)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Medo da solidão



“... Aquilo que encanta também guia e protege. Apaixonadamente obcecados por seja o que for que amemos – barcos à vela, aviões, ideias – Uma avalanche de magia aplaina-nos o caminho, dilui regras, razões, divergências, transporta-nos sobre abismos, temores, duvidas, sem o poder desse amor somos barcos imobilizados em mares de tédio, mortalmente...
Quanto mais esclarecidos nos tornamos mais nos deixamos de poder conformar seja com quer for, seja onde for.
Quanto mais aprendemos mais devemos esperar viver sozinhos ...”
~ In “ A ponte para a eternidade”
(Richard Bach)
M/P
Estes pequenos estratos espelham claramente pensamentos, sensações e outras emoções que a vida me tem feito sentir, e não me sinto triste, apenas acho que tenho medo da solidão.
Sei que compreendem e aceitam o meu ser, às vezes até com um certo orgulho.
Assim como eu me orgulho de ser vosso.
03 Março 1990 +/- 9 horas
R.Miguel

Mudança


Uma mudança de velocidade, mudança de estilo, mudança de cenário,
A oportunidade de olhar admirado à distância,
Ainda ocupado até te esqueceres...
Cores diferentes,
Nomes diferentes
Por cima dos mesmos erros cometidos eu fico com a culpa...
Directamente és tão culpado, para veres carregas uma arma e ficas apontando à cabeça, assim tu o dizes.
Partilhas uma bebida e vais até lá fora, a voz de fome e aquele que chora.
Nós damos-te tudo, e mais ainda, a dor é demasiada, nós não aguentamos mais, assim tu o dizes.
Num mundo de sonhos partidos, e acabado de acordar sinto a dor a arder, tentei levantar-me e não fechar os olhos.
Pegou numa arma, deu um tiro em si próprio, mas escreveu antes de morrer, chorou por ajuda no seu mundo vazio, anda pequeno irmão deixa-me pegar na tua mão.
Então diz-me tu, o que é melhor? O que é melhor?
É só o suicídio?
Existem momentos bons para compensar os maus!
Dá-me a tua mão mano, e deita a cabeça em meu peito. Estou aqui...
algures 1995
R.Miguel

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A RAÇA DO ALENTEJANO


Como é um alentejano?
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.
Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie";
dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;
dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas; dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos; dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós; dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto; e dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.
Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus: nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?
Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que
«as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».
E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?
Era um descanso...

domingo, 12 de setembro de 2010

Uma verdade


- num azulejo de TOLEDO

A SOCIEDADE É ASSIM:

O POBRE TRABALHA

O RICO EXPLORA-O

O SOLDADO DEFENDE OS DOIS

O CONTRIBUINTE PAGA PELOS TRÊS

O VAGABUNDO DESCANSA PELOS QUATROS

O BÊBADO BEBE PELOS CINCO

O BANQUEIRO "ESFOLA" OS SEIS

O ADVOGADO ENGANA OS SETE

O MÉDICO MATA OS OITO

O COVEIRO ENTERRA OS NOVE

O POLÍTICO VIVE DOS DEZ




"A alegria é a coisa mais séria da vida"
Afonso Brandão