domingo, 28 de março de 2010

As voltas que a vida dá



A vida era pacata, nada acontecia na aldeia.
Meu tio era serrador, o seu instrumento de trabalho: A serra braçal, e por vezes passava semanas fora de casa, quando o trabalho assim o exigia, lá seguia pelas florestas do país, para trazer uns parcos escudos, que mal dava para a família se alimentar, e a família tinha acabado de aumentar a minha terceira prima ainda só tinha um ano e já vinha outro a caminho.
Então teriam mesmo de fazer o que já haviam planeado, com a ajuda do governo da época o tio Afonso tratou da papelada, e a tia Ernestina ia fazendo umas roupitas para as meninas, que a viagem para Moçambique não tardava, iam como tantos outros procurar melhorar a vida assim como a de seus filhos.
Estávamos em meados dos anos cinquenta. Odete, a minha terceira prima, contar-me-ia mais tarde, quando começamos a trocar correspondência, que um dos locais por onde tinham passado tinha o nome do nosso avô Lourenço Marques, mas o local para onde os levaram verifiquei mais tarde que se situava no distrito de Cabo Delgado e a cidade chamava-se Pemba, local rico em madeira, e paradisíaco pelas suas praias.
O tempo passou, a Odete cresceu, e o militar apareceu, o romance nasceu, e os enamorados casaram, a primeira filha nasceu, a bomba rebentou, e o Eduardo perdeu, uma perna pelo ar, uns quantos dedos das mãos, e estilhaços a picarem!...

sábado, 27 de março de 2010

POBRES DOS NOSSOS RICOS


A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem.. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos". Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados. Necessitavam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade. Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem (...)

MIA COUTO

terça-feira, 16 de março de 2010

O Silêncio


Quando pensarem que o meu silêncio significa esquecimento, por favor lembrem-se:
- De que o sol nem sempre brilha... Mas existe.
Assim é o meu carinho e amizade por todos os que me rodeiam...
Pode não brilhar sempre, mas é certo que existe! E estão bem fortes em meu peito, apesar de por vezes um pouco neblado...
Guida

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia da mulher


Temos que ter a delicadeza das flores. A força de ser mãe, o carinho de ser esposa. A paixão de ser amante, e o amor de ser mulher!...
Somos fêmeas, guerreiras, vencedoras. Somos sempre o tema de um poema, Distribuimos paixão, meiguice, força, carinho e amor.
Somos um pouco de tudo, calmas, agitadas, lerdas, vaidosas, charmosas, turbulentas...
Mulheres fortes e lutadoras. Mulheres conquistadoras que amam e queresm ser amadas. Elegantes repletas de inteligência... Somos NÓS as MULHERES!

Margarida Simão