quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Balalayka


Instrumento musical,típico dos países do Leste, e que me é muito querido pelas minhas recordações da infância.

domingo, 18 de janeiro de 2009

A Flor da honestidade


Conta-se que por volta do ano 250 A.C. , na China antiga, um príncipe da região norte do país estava ás vésperas de ser coroado Imperador mas, de acordo com a Lei ele deveria casar.
Sabendo disso ele resolveu fazer uma disputa entre as moças da corte, ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte o príncipe anunciou que receberia numa celebração especial todas as pretendentes e lançaria um desafio.
Uma velha senhora serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leva tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar a casa relatou o facto à jovem e admirou-se ao saber que ela pretendia ir, à celebração e perguntou incrédula:
_ Minha filha que farás tu lá? Estarão presentes as mais belas e ricas moças da corte. Tira essa ideia insensata da cabeça, eu sei que tu deves estar a sofrer mas não tornes o sofrimento uma loucura.
E, a filha respondeu: Não querida mãe, não estou a sofrer e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida… mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e, isso já me torna feliz.
À noite a jovem chega ao palácio. Lá estavam de facto as mais belas raparigas, com as mais belas roupas, e as mais belas jóias, e também as mais determinadas intenções .
Então finalmente o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vós uma semente. Aquela que daqui a seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida para minha esposa, e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de “cultivar” algo.
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes de jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava de se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu.
A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido.
Dia após dia, por fim os seis meses haviam passado, e nada havia nascido da sua semente.
Consciente do seu esforço e dedicação a jovem comunicou a sua mãe que, independentemente das circunstâncias retornaria ao palácio na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada lá estava, com o seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela que a outra das mais variadas formas e cores.
Ela estava admirada nunca tinha presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes, com muito cuidado e atenção.
Após passar por todas uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reacções. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado.
Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz “ A Flor da Honestidade”.
Pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
Se para vencer estiver em jogo a sua honestidade… Perca.
(Desconheço o autor)

domingo, 11 de janeiro de 2009

EXISTÊNCIA

Se amar é vida…
Porque a perco dia a dia?

Eu amo no extremo
Tudo o que faço é com amor;
Acarinho a sedução do ser;
Acaricio num amplexo de doçura,

Sussurro poemas quando eu amo
Dou amor…sem ver
Ela diz não…fico sereno,
Aceito sorrindo a dor,

Revolto-me…
Porque estou acabando,
Cabelo branqueando,
Rugas rasgando.

Se foi tanto o amor que dei,
Porque vou findar?

O tempo passou e eu amei
E eu sei… Não posso lutar.

Porque ao soletrar,
O verbo amar…
É dar tudo…
Até a vida…

“ autor António Zumaia “


M :
- De Mãe, Mulher, e Maria


Ora bem o “ M “ de mulher na realidade é tão abrangente como todos os outros, mas vamos ver neste texto e como se aproxima o dia Internacional da Mulher ( 8 de Março), as coisas positivas, que estes três “ Ms “ , têm para dar.
Ora bem, o papel da mãe na vida de seus filhos é um dos factores mais positivos e belos na vida dos mesmos, desde a data da sua concepção, até ao nascimento continuando pela vida fora, ela dá AMOR, AMOR E MAIS AMOR…
A mãe sente-se orgulhosa do seu volume a barriga crescendo e o corpo ficando disforme mas lindo, ela está e sente-se magnífica e linda por transportar em si uma nova vida para o mundo (embora esse mundo por vezes não corresponda aquilo que a mãe deseje para seu menino), ele vem ao Mundo e a alegria é sempre mais e mais, e apesar de todos os trabalhos, canseiras e noites mal dormidas, passam-se os anos e a mãe desde o seu nascimento deixou de ter horas para ela, todo o tempo foi dedicado com Amor ao bem-estar da família, muitas vezes tirou de sua boca para que o melhor fosse para seus filhos e sempre com um sorriso de boa disposição e alegria.
E, assim continuou até que o mesmo seguiu o seu rumo, encontrou o amor da sua vida e saiu de casa, e como existe sempre uma repetição da história, mais uma família se constituiu.
Ora bem, este 1º papel de “ M “ Mãe, também foi ao mesmo tempo Mãe e Mulher, ela cuidou do companheiro, limpou, organizou a casa, fez as compras, carregou, levou para casa as mágoas ou alegrias do trabalho, que poderia ou não correr bem, foi à Escola levar e buscar os filhos, vai às reuniões da Escola, leva os meninos à ginástica, faz as refeições, lava a roupa, engoma, prega um botão e tudo o resto que está descosido, limpa o pó e um sem número de coisas invisíveis aos olhos do homem comum.
Na realidade estes factores onde se juntam o 1º “ M “ de Mãe e o 2º “ M “ de Mulher estão incluídos o 3º “ M “ de Maria e Maria porquê?
Maria porque a todos os trabalhos efectuados por nós mulheres associamos sempre o papel de “ Maria” para trabalhar, para dar, para exigir, sempre e sempre, esquecendo o muito Amor que a Mãe, Mulher, Maria sempre deu a todos os seus e também a todos os que estão em seu redor sem nada cobrar em troca, sendo tratada na maior parte das vezes como uma máquina, exigindo amor e trabalho, e sem haver o cuidado de lhe darem os cuidados e o amor de que ela necessita e merece…
Mas como a Mãe, Mulher, Maria continua sendo uma lutadoura diariamente vai adquirindo os direitos um a um, que lhe são devidos, pelo muito Amor, Ternura, Compreensão, Tolerância, Conhecimentos e muito mais que deu de si a vida inteira.

2007 – Janeiro 21
Margarida Simão

sábado, 10 de janeiro de 2009

A vida

A VIDA


Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo…
Já segurei na mão de alguém por estar com medo,
Já tive medo ao ponto de não sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava da minha vida,
Já me arrependi por isso…
Já passei noites chorando até pegar no sono,
Já fui dormir tão feliz,
Ao ponto de nem conseguir fechar os olhos…
Já acreditei em amores-perfeitos,
Já descobri que eles não existem…
Já amei pessoas que me decepcionaram,
Já decepcionei pessoas que me amaram…
Já passei horas na frente do espelho, tentando descobrir quem sou,
Já tive tanta certeza de mim ao ponto de querer desaparecer…
Já menti e me arrependi depois,
Já falei verdade e também me arrependi…
Já fingi não dar importância a pessoas que amava,
Para mais tarde chorar quieta no meu canto…
Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
Já chorei de tanto rir…
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
Já acreditei em pessoas que não valia a pena,
Já deixei de acreditar nas pessoas que realmente valiam…
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse…
Já gritei quando deveria calar,
Já gritei quando deveria gritar…
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar a uns,
Outras vezes falei o que não pensava para magoar outros…
Já fingi ser o que não sou para agradar a uns,
Já fingi ser o que não sou para desagradar a outros…
Já contei piadas e mais piadas sem graça,
Apenas para ver um amigo feliz…
Já inventei histórias de final feliz para dar esperança a quem precisava…
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade…
Já tive medo do escuro,
Hoje no escuro “ me acho… me agacho… fico ali… “
Já cai inúmeras vezes achando que não me ia reerguer,
Já me reergui inúmeras vezes, achando que não caia mais…
Já liguei para quem não queria,
Apenas para não ligar para quem realmente queria…
Já corri atrás de um carro,
Por ele levar embora alguém que eu amava…
Já chamei pela minha mãe no meio da noite,
Fugindo de um pesadelo, mas ela não apareceu,
E foi um pesadelo maior ainda…
Já chamei pessoas próximas de “ amigo “
Algumas pessoas não precisei de chamar nada,
E sempre foram e serão especiais para mim…
Não me dêem formulas certas,
Porque eu não espero acertar sempre…
Não me mostrem o que esperam de mim,
Porque vou seguir meu coração!...
Não me façam ser o que eu não sou,
Não me convidem a ser igual,
Porque sinceramente sou diferente!...
Não sei amar pela metade,
Não sei viver mentiras,
Não sei voar com os pés no chão…
Sou sempre eu mesma,
Mas certamente não serei a mesma para sempre…

Guida

Minhas mãos

AS MÃOS


AS MÃOS APANHAM SEMPRE OS CACOS… E, SEGUEM SEMPRE EM FRENTE





Ora muito bem vamos então às mãos, descrevê-las é bastante difícil pois elas são multifacetadas, elas podem ser calejadas, macias bem tratadas, são para mim comparadas com o coração…
Com as nossas mãos sentimos o coração:
-Sentimos o que os olhos vêm;
- Sentimos o que o nosso olfacto nos transmite;
- Sentimos o que o nosso paladar nos diz;
- Sentimos o que nossos ouvidos ouvem;
- Sentimos o tacto de todas as coisas, sentimos o Amor, fazemos carinho, dizemos adeus, e tantas outras coisas.

É incrível como nem nos apercebemos do bem super precioso que são as nossas mãos. Foi com elas que comecei a fazer gracinhas quando nasci, mais tarde as mesmas demonstraram amor a quem me rodeava, com as mesmas aprendi a trabalhar e seguindo o rumo da vida, também elas aprenderam a escrever, a descobrir o meu corpo e claro sempre com o decorrer do tempo, também através de meu coração, as minhas mãos me mostraram a maior das sensações da minha vida, as minhas mãos pegavam ao colo o meu primeiro filho, e ainda hoje me recordo bem dessa sensação e já lá vão 40 anos, um ser minúsculo e lindo, doce e macio, minhas mãos percorreram seu corpo vendo com meus dedos se tudo estava bem, com meu bebé.
Claro que mais tarde voltei a sentir o mesmo com o nascimento do meu segundo filho, creio terem sido os momentos que minhas mãos e meus dedos mais felizes se sentiram em toda a minha vida.
No entanto analisando neste momento, estes dois pedaços de carne, com uns ossos e uma pele já gastas e uns tendões a segurar, e sentem-se como nunca eu pensei ser possível que conseguissem trabalhar tanto e com orgulho pelo que fazem, na sua vida o seu objectivo 1º é dar, é ser útil, elas se estendem para os outros nunca ficam encolhidas seja qual for a situação.
Pois bem as minhas mãos, para além de saberem acariciar e de dar AMOR, elas sabem falar, pois eu falo através delas, sabem cozinhar, limpar, fazer trabalhos manuais, servem também para repreender, para dar ordens. Amigos, tanto, tanto que elas fazem, dar banho às netas e à nossa cadelinha “ Talula”, que faz parte da família, arrumar tudo o que em casa é deixado fora do sítio, e o que não é deixado tem que ser limpo, elas o fazem.
Mas também servem para dar aquele abraço a um amigo que tanto necessita de umas festas na cabeça e nas costas, claro que as mesmas por vezes também se zangam comigo pelo mau trato que lhes dou, pois como são fortes exijo sempre demais delas, mas eu sei que elas me desculpam, pois como digo muitas vezes “ O legado que me foi deixado por herança por meus pais” foram duas mãos e dois braços fortes para trabalhar, pois nunca se recusaram a nada, e ainda hoje com tanto trabalho que toda a vida tiveram, elas sentem-se felizes por poderem ser úteis a todos os que as rodeiam.
E, assim as minhas mãos são lindas, fortes e saudáveis, agradeço às minhas mãos tudo o que de bom me deram a conhecer e a sentir na vida, (pois coisas tristes não são para mim), olho para elas e fico grata por tudo o que têm feito e claro não as vou deixar descansar ainda, temos muitas coisas boas na vida, que temos que fazer em conjunto, desde ajudar os filhos e as netas, até aos meus idosos da Santa Casa da Misericórdia onde faço o meu voluntariado, aos meus meninos de rua da Costa da Caparica onde as minhas mãos vão também ajudar voluntariamente para que tenham uma vida mais saudável e felizes, os trabalhos na minha casa também, mas tudo o que fazemos juntas elas sabem que é sempre por uma boa causa, para que todos sejam mais felizes neste mundo.
OBRIGADO MINHAS MÃOS.


Margarida Simão

CÃO D'ÁGUA PORTUGUÊS

TER CÃO

Talula,
Tu és um saco de pulgas.
Tu nunca tiveste um minuto de trabalho.
Tu lambes a cara de desconhecidos com a única intenção de me envergonhar.
Por vezes tresandas como uma manta velha, mal cheirosa e húmida.
Não és apenas daltónica, tu nem sequer sabes distinguir uma carpete de um sofá.
Tu finges que achas a palavras “ Não “ incompreensível, tu insistes em partilhar o teu desafinado latido com a vizinhança inteira.
Por alguma razão tens medo de estátuas, as estátuas põe-te louca.
Tu não tens vergonha nenhuma, tu és a coisa mais preguiçosa, suja, teimosa, que conheci em toda a minha vida.
Mas eu acho que és perfeita.
Margarida Simão

Quero

Escrito em terça 25Fevereiro 2008
“Nem a tristeza, nem a desilusão,
Nem a incerteza, nem a solidão... ... Nada me impedirá de sorrir...
Nem o medo, nem a depressão, Por mais que sofra meu coração...
Nada me impedirá de sonhar...
Nem o desespero nem a descrença, Muito menos o ódio ou alguma ofensa...
Nada me impedirá de viver...
Mesmo errando e aprendendo, Tudo me será favorável... Para que eu possa sempre evoluir, Preservar, servir, cantar, agradecer, Perdoar, recomeçar...
Quero viver o dia de hoje, Como se fosse o primeiro...
Como se fosse o último, Como se fosse o único...
Quero viver o momento de agora, Como se ainda fosse cedo, Como se nunca fosse tarde... Quero manter o optimismo, Conservar o equilíbrio e fortalecer A minha esperança... Quero recompor minhas energias Para prosperar na minha missão e viver alegremente todos os dias...
Quero caminhar na certeza de chegar...
Quero lutar na certeza de vencer...
Quero buscar na certeza de alcançar,
Quero saber esperar para poder realizar Os ideais do meu ser... ENFIM, Quero dar o máximo de mim, Para viver intensamente e maravilhosamente TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA!!! Achas que será assim tão difícil????
Guida

Se eu voltar a nascer

Se eu voltar a nascer

Será que depois desta vida nós voltaremos? Ninguém sabe pois de todos os que foram, não existe conhecimentos de cá terem voltado…
Mas, se isso acontecer e se algum conhecimento eu tiver de tudo o que se passou em minha vida eu vou deixar seguir o seu curso claro, mas acho que bem mais cedo eu irei lutar, para que minha liberdade seja maior, as limitações do ser humano são enormes, e o medo de magoar os demais é do tamanho do mundo, é bastante constrangedor, e limita-nos o nosso modo de agir, a nossa maneira de estar no mundo, de nos exprimir-mos, de nos dar-mos, porque tudo está controlado pela sociedade, o que parece mal, o que parece bem, e acabamos por não ser nós próprios, acabamos por ser aquilo que a sociedade quer que sejamos.
Ora quantas vezes e apesar de não ser nova, me apetece sentar no chão a brincar com as crianças, mas não posso! Maluca… diriam logo, não bate bem, perdeu o juízo… e se me apetecer descalçar? E levar os sapatos às costas? Coitada, passou-se…
Enfim, irei continuar a divagar, mas de uma forma geral são estas pequenas coisas que levam às grandes e nos leva a fazer só o que a sociedade em que estamos inseridos quer, por causa do parece mal.
12/12/2008
Margarida Simão

Natal da minha infância

Natal da minha infância



O frio incomodava. Os pés descalços a pouca roupa e uma saca em bico pela cabeça para proteger um pouco os cabelos que já se encontravam molhados, e brincávamos às escondidas, para não arrefecermos os corpos franzinos. Assim se comportavam as crianças da minha aldeia nos poucos dias que antecediam o Natal.
Quando nos sentávamos no átrio para apanhar uma réstia de sol, só se falava do Natal, não dos presentes pois esses não havia, mas das flores de azevinho e do musgo que tínhamos de apanhar no mato, e que era o motivo do nosso contentamento e alegria, a missa do galo, noite em que nos deitávamos tarde. A azáfama de fazer o presépio era um vai-e-vem, o presépio era lindo tinha água a correr,
musgo a sério com as figuras pitorescas , que era uma alegria ver.
A criançada com o ranho no nariz, mal agasalhados, e mal calçados, mas, estavam felizes.
O presépio era sempre feito por minhas tias mais novas, e a petizada trazia as verduras, pedras, e troncos. As figuras eram retiradas religiosamente do sótão, para ficarem expostas durante três semanas.

Na véspera do Natal a azáfama era grande. Íamos para casa de meus avós maternos, onde era feito o jantar com as couves e peixe seco, pois o bacalhau era caro.
Minha mãe junto com minha avó e tias faziam as filhoses lêvedas com abóbora e fatias douradas, arroz doce e aletria. Meu avô como estava muito frio e para que nos aquecêssemos, assava grão de bico e punha-nos nas mãos para ficarmos quentinhos a comer e contar histórias, junto à lareira.
Quando voltávamos para nossa casa já vinha tudo encavalitado no meu pai, um em cada braço outro às cavalitas e ainda outro ao colo, mortos de sono e exaustos da brincadeira, pois não havia o hábito de deitar tarde lá em casa.
Até que chegávamos ao grande dia!. De véspera já tínhamos deixado os sapatos velhos e rotos, mas bem limpinhos, junto à chaminé.
Dia de Natal bem cedo nos levantávamos, íamos acordar meu pai, que nos levava às cavalitas até à chaminé, para que pudéssemos ver o que o menino nos deixou, e o nosso espanto era tamanho, e a felicidade sem limites, pois os nossos sapatos
tinham uma bela boneca de trapos para cada uma de nós, eu e minha mana, os rapazes, meus dois irmãos, tinham uma bola de trapos , possivelmente feita pela bisavó Teresinha que era perita nesses feitos, três castanhinhas ( pois minha terra não é zona de castanheiros) e meia dúzia de rebuçados deliciosos,
e que nos deixavam no coração uma alegria imensa, pela grandeza dos bens recebidos.
De seguida, e como ninguém sofria de falta de apetite… tínhamos umas papas de milho bem quentinhas à espera para o pequeno almoço, e regadas com um doce delicioso chamado “arrôbe” feito de mosto (sumo de uva antes de esta fermentar), seguido dos doces da véspera, claro. Eram de facto os nossos acepipes, que ainda hoje fazem crescer água na boca de tão puros e bons que eram.
As roupas eram poucas, mas nem frio sentíamos, bem está o ditado popular “ … Deus dá o frio conforme a roupa…”, pois com tão pouco os nossos olhos transmitiam e sentiam alegria, saúde e muito, muito amor, em todos os Natais. Onde o dinheiro não existia, existia sim o calor humano.
Dezembro 2008

Margarida Simão

Bolero

“Bolero”


Engraçado, dei comigo a cantar “ Bolero “ de Ravel, por vezes associo um determinado acontecimento ou leitura de um livro a uma música, e esta música é uma das minhas preferidas, o tempo que estive “ suspensa no tempo” passou tão rápido, foi como que uma levitação em palco mas sem espectadores.
E, é engraçado estou a caminhar para sul, á minha direita está um sol poente lindíssimo com uns tons encarniçados e alaranjados, umas nuvens escuras que se querem infiltrar e que encantam minha visão e me enchem a alma, à minha esquerda a lua já se levantou e está uma lua cheia, de uma beleza espantosa.
Até parece que ambos os astros me estavam esperando para me beijar, no meio do namoro que o sol está a fazer à lua.
De facto os nossos olhos quando querem , ou quando estamos predispostos, eles em tudo vêm um brilho de amor, até o namoro do sol com a lua. Isso quer dizer que também nosso coração está transpirando amor, e nossos olhos vêm tudo o que os rodeia com muito mais atenção, com muito mais pormenor, e o “Bolero” de Ravel continua na minha cabeça. A música parece que tem sempre o mesmo tom, mas eu sei bem que não, a música vai progredindo e os acordes são tão intensos e melodiosos, que a paz interior é enorme.
Toda esta harmonia do Sol, Lua, música e coração, nos traz a paz semelhante à que sinto quando vejo o arco íris, adoro o arco íris:
- Suas cores estão ligadas aos sabores;
- Suas cores estão ligadas aos cheiros;
- Suas cores estão ligadas às sensações;
- Suas cores estão ligadas aos sentidos;
- Suas cores estão ligadas ao amor;
- Suas cores estão ligadas às crianças;
- Suas cores estão ligadas à alegria.

Penso que o arco íris é o equilíbrio da vida, se ele não existisse a vida não tinha este sabor de esperança, sabor de viver com um mundo de cores, que nos alegram e nos mostram a paz depois de uma tormenta.
Obrigada arco íris, pois apareces inesperadamente do nada, como de uma poça de água, de uma queda de água, de umas gotas de orvalho que se encontram nas plantas, depois de uma tempestade ou claro depois de umas boas chuvadas, mas que nos dão uma sensação de bem estar, harmonia, amor e claro na minha cabeça continua com os sons lindos e tranquilizantes de “ Bolero”…

12/12/2008

Margarida Simão

Arco irís

Arco-íris

- Porque gosto de cores alegres;
- Porque a claridade anima quem está triste;
- Porque o arco-íris é o resultado de uma fusão de brilhos, Sol e água, e o seu resultado é esplêndido;
- Porque ele aparece sempre que o temporal nos deixa, para aliviar nossos receios;
- Porque ele delicia tanto os pequenos como os grandes, os novos e os menos novos, os ricos ou os pobres;
- Porque ele nos transmite paz;
- Porque ele nos dá com sua beleza de cores, animo e força para prosseguir nosso caminho, sobre pétalas de flores com milhares de cores, onde nossos sentidos se regozijam, pelo odor benéfico recebido;
- Porque arco-íris é amor.
Eu amo o arco-íris, por todas as suas cores, e sensação de liberdade por nunca o podermos apanhar.


Dezembro 2008

Margarida Simão

A Paz

A Paz

Ter paz é brincar com as crianças,
Voar com os passarinhos,
Ouvir os riachos quando desliza sobre pedras e embala os ramos verdes que em suas águas se espreguiça,
Ter paz é aprender com os próprios erros, e dizer não quando não se quer dizer…
Ter paz, é ter coragem de chorar de sorrir quando se tem vontade
Ter paz, é ter forças para voltar atrás pedir perdão, refazer caminho e agradecer…
A paz que trago hoje em meu peito, é a tranquilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.
É a humildade de reconhecer que não sei tudo, e aprender, aprender…
É a vontade de dividir o pouco que tenho, e não me aprisionar ao que não possuo, é melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado.
É ter a lucidez de distinguir uma coisa da outra.
É admitir que nem sempre tenho razão e mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito, é a confiança em quem aplica a palavra Shikoba

Junho/2008

Envelhecer

*Sentir-se jovem é sentir o gosto
De envelhecer ao lado da mulher
Curtir ruga por ruga de seu rosto
Que a idade sem vaidade lhe trouxer. *

*O corpo transformar-se em escultura
O tempo apaixonado é um escultor
E a fêmea oculta na mulher madura
Explode em sensuais formas de amor.

Ser jovem cinquentão não é preciso
Provar que emagrecer rejuvenesce
Pois a melhor ginástica é o sorriso
E quem sorri de amor nunca envelhece.

Amar ou desamar sem sentir culpa
Desafiando as leis do coração
Não faça da velhice uma desculpa
E nem da juventude profissão.

Idade não é culpa,
Velhice não é desculpa
Nem mesmo a juventude é profissão.

Fica mais velho quem tem medo de ser velho
Roubando sonhos de alguma adolescente
Dizer que ele "dá duas", que é potente
Mentir para si próprio e para o espelho.

A idade é uma verdade, não ilude
Quem dividiu a vida com prazer
Velho é se drogar de juventude
Ser jovem é saber envelhecer.

Velho é quem se ilude
Que a idade é juventude
Ser jovem é saber envelhecer.*
(Desconheço o autor)

Natalis-2006

ESTE É SOBRE O TRABALHO QUE TIVEMOS NA “ NATALIS “




“…`Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
… “
In Mensagem “ Fernando Pessoa “


Quantas mães e mulheres choraram… lutaram, e continuam lutando pelos homens deste país, que esses mares cruzaram…
Pois este assunto tão pouco debatido pelos órgãos de comunicação social deste país, embora a nossa associação lute a cada dia pelos direitos dos ex-combatentes, e, um dos modos de luta e divulgação das actividades da Apoiar foi a sua presença na Feira Internacional de Lisboa (FIL), neste evento da “ Natalis “ para dar a conhecer e a divulgar todo o trabalho e ajuda de que dispõe a associação, também para ajudar a colmatar os efeitos traumatizantes dos homens que foram enviados para a guerra colonial.
Ora bem, na minha óptica acho que a nossa presença foi muito benéfica.
Pois embora as pessoas não se dirijam com muita expontâneidade à associação, verifiquei que os indivíduos, homens e mulheres talvez com mais de cinquenta anos , paravam, olhavam, e a indecisão via-se nos seus olhares, chegamos mesmo a ver que as mesmas pessoas e seus familiares chegavam a dar mais que uma volta ao corredor , ficando os mesmos no corredor em frente e olhando de soslaio, como que a quererem ganhar coragem para o primeiro passo, claro que sempre que nos era possível e com toda a subtileza, nos aproximávamos oferecendo um impresso com os contactos e as actividades da Apoiar , tentando dar indicações para que os mesmos pudessem chegar até nós com o menor esforço possível. E de facto vieram até nós um número razoável de pessoas, creio ter sido positivo a nossa presença na “ Natalis “ , é de repetir para ajudar quem de nós precisa.
É de salientar o esforço dos técnicos, elementos da Direcção e sócios que se disponibilizaram, para estarem presentes durante toda a semana das 14,30 horas às 23 horas, foi um esforço salutar, bem hajam.
Agora, e por incrível que pareça num dos dias que estive na “ Natalis “ , desloquei-me de táxi do Cais do Sodré para o Parque das Nações, como sou muito conversadora todo o caminho conversei com o sr. Do táxi, e contei-lhe para onde ia, e o que ia fazer, quando o sr. me disse: “ Eu estive na Guiné e sofro bastante…”, fiquei muito constrangida , mas tentei explicar-lhe os objectivos de ajuda da Apoiar, como não tinha nenhum cartão nem jornal expliquei-lhe a localização da nossa associação e dei-lhe o nº de telefone da Apoiar, penso pela necessidade que o sr.me demonstrou que brevemente me irei cruzar com ele na Apoiar e conversar novamente com uma pessoa que foi tão simpática apesar do seu sofrimento.
Dezº 2006
Margarida Simão

Natalis-2008

Natalis


Mais um ano na feira de artesanato de associações de beneficência surgiu.
Portanto um grupo de associados se disponibilizou para que a nossa associação marcasse presença, pois a divulgação da Apoiar é fundamental para que se possa minimizar os traumas que ficaram nos homens e suas familias pelos efeitos da guerra colonial.
Mas, isto não está nada fácil, as poucas horas que lá estive, e apesar de não ser boa observadora, verifiquei que as pessoas andam tristes, a vida está muito cara o povo têm vencimentos muito baixos é um facto, existe muito desemprego e o dinheiro é escasso, logo a tristeza se estampa no rosto de cada um, o Natal irá ser de mingua, e o Mundo está virado do avesso como diz o povo…
Portanto, não sei que intervenção poderemos ter para que:
- todos os dias sejam Natal,
- para que o povo ria, para que possamos ver alegrias nos seus olhos,
- para que o ânimo não lhes falte,
- para que o conceito fraternidade esteja presente em nossos corações.
- para que haja paz no mundo,
- para que as crianças não tenham fome,
- para que as doenças sejam minimizadas,
- para que nos possamos abraçar e amar no mundo inteiro.
E, foi isto que passou pela minha cabeça no tempo tão escasso que estive naquele espaço, dedicado a dar a conhecer as actividades da nossa associação.
Dezº 2008
Margarida Simão

visão de uma nora...LINDA

Se um dia alguém fizer com que
se quebre a visão bonita que você tem de
si, com muita paciência e amor reconstrua-a.

Assim como o artesão recupera a
sua peça mais valiosa que caiu no chão,
sem duvidar de que aquela
é a tarefa mais importante,
você é a sua
criação mais valiosa.

Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro, para
bem dentro de você e faça
dali o seu lugar de descanso,
conforto e recomposição.
Crie este universo agradável para si e seja feliz.
O mundo agradecerá o seu trabalho.

Brahma Kumaris

A vida dos Militares(teatro)

• A vida dos Militares nas ex-colónias



• Depois de um contacto da actriz Sr.ª D. Fernanda Lapa, com a nossa associação “ Apoiar “, para assistirmos a um ensaio de uma peça onde o tema é: A Vida dos Soldados na Guerra.

• Um grupo de senhoras, esposas de ex-combatentes, deslocou à galeria no Bairro Alto para assistir ao ensaio e dar o seu parecer sobre o tema.

• Deparamo-nos com uma sala mediana, com vinte cinco caixotes de cartão, ordenados em fileiras e um outro rectangular ao lado, a minha sensação pessoal e creio que se estende a todas as outras senhoras que assistiram ao espectáculo, foi a de que, os caixotes expostos representavam os soldados em parada, ou por outro lado também me deu a sensação de caixões de soldados mortos, como víamos tantas vezes há 44 anos atrás (desde 1961).
• Quando para nosso espanto do caixote comprido sai a artista (e utilizando a expressão da época, “ os soldados eram atirados para o Ultramar como carne para canhão”), que vai protagonizar a vida dos soldados durante o tempo (mais ou menos 24 meses) que os mesmos estiveram no Ultramar, ou seja na guerra.
• A meu ver os caixotes representavam etapas nas suas vidas, pois que a personagem no seu monólogo, vai virando caixote a caixote e, dentro dos mesmos vão saindo memórias desconfortáveis e violentas da passagem destes homens pela guerra.
• Os sons violentos no palco da guerra, a sensação de frustração, a impotência dos mesmos perante o que se lhes depara, as saudades da família e de uma juventude que lhes foi roubada, os sons horríveis do material bélico ao redor dos homens, as vidas ceifadas que presenciaram dos seus camaradas, tudo isto provoca um turbilhão de sentimentos e revolta, ao mesmo tempo a impotência a que eram obrigados, pois os jovens eram metidos em barcos ou aviões e nem lhes diziam para onde iam, nem o que iam fazer, quando se aperceberam do horror a que eram obrigados pelo “ Dever à Pátria “, tudo isto ficou interiorizado de tal modo, que as reacções e os efeitos da guerra dessa época, ainda hoje os seus reflexos os acompanham, e têm os seus efeitos aterradores nos maridos, pais, filhos e netos deste país.
• Pois bem, este monólogo muitíssimo bem interpretado pela actriz Sª. D. Fernanda Lapa, está representado com uma intensidade e emotividade que nos transporta para os palcos da guerra real (Moçambique, Angola, Guiné), quando este monólogo magistralmente interpretado finaliza, sentimos o coração pequenino e apertado, os olhos marejados de água e todo o nosso corpo colado e esmagado à cadeira, tal é a realidade transmitida.
• O meu conselho a todas as pessoas é:
• - Não deixem de ir ver o espectáculo, é digno de ser visto, mas é tão intenso, tão forte, tão real, é de que os homens personagens involuntários deste palco, sejam elucidados do que vão ver, pois pela certa, lhes vai trazer lembranças intensas de uma realidade e de factos vividos que ficaram retidos no subconsciente, e que não são os mais agradáveis de suas vidas.
• Lisboa 27/10/2006
• Margarida Simão

Grupo de Auto ajuda( em acróstico

TRABALHO EFECTUADO EM ACRÓSTICO



ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DO GRUPO DE AUTO AJUDA


Grupo de mulheres valentes
Reunidas em confraternização
Unidas pelos dissabores da vida
Portadoras de muita boa vontade
Operadoras do bem estar de todos

Desejando mudar para melhor a herança que Salazar deixou…
Enfrentando tudo e todos para o bem estar comum

Almejando a saúde, paz e alegria em todos os corações
Unidas na luta por uma vida mais saudável
Tudo faremos para que a alegria entre no coração dos povos sofredores
Operando em todos os campos e em todas as situações para minorar o sofrimento

Ajudando e recebendo ajuda
Jamais desistiremos de ter uma vida saudável e harmoniosa
Unidas vamos sempre de braços abertos para quem precisa
Demos as mãos e fomos almoçar dia 12/12/2006, que correu divinalmente , e conselha- se a sua repetição
Amanhã é sempre outro dia para aprender e ajudar o próximo, e com estes momentos de confraternização são bastante salutares
Margarida Simão

Um dia de nossas vidas

Um dia na nossa vida


Um belo dia de Maio e para renovação de forças, as mulheres do GAM (grupo de auto-ajuda mútuo, saiu de Lisboa para saborear um dia de calma e alegria.
Assim, um grupo de dez senhoras, lá seguiu direitas a Escaroupim, uma aldeia na margem sul do Tejo para um passeio de barco.
Tomamos um suculento pequeno almoço à beira rio para que a fome não nos perturbasse a apreciação do que íamos desfrutar, e lá seguimos direitas ao cais para o embarques das 10 mulheres do grupo, com o sr Manuel ao Leme da embarcação.
De facto o nosso amanhecer foi feliz, e o espaço de tempo que estivemos no rio a fazer o nosso cruzeiro ( cerca de 2 horas), foi super delicioso.
As nossas ansiedades e medos dissiparam-se, pois perante tamanha beleza, a do nosso rio Tejo, os animais que ali habitam, desde as gaivotas a variadíssimas outras aves de nomes que desconheço as árvores e arbustos tombando no rio o sol batendo em nossos rostos maravilhados os peixes em cardume saltando junto ao barco como que fazendo-nos companhia, estávamos de facto em harmonia neste momento mágico, tudo foi luz, cor, vida, silêncio, risos, alegria, um conjunto de sensações calmas e reconfortantes para o nosso bem estar.
Tendo terminado o nosso passeio de barco, e apesar da ameaça de falta de gasóleo, ameaça vâ, chegámos sãs e salvas salpicadas com a brisa do rio e a alma cheia de mais e mais amor, pela beleza da natureza a que os nossos corações não foram insensíveis.
Seguiu-se o nosso almoço e as conversas em redor da mesa, só podemos dizer “ divinal… simplesmente divinal…” muito bem confeccionado, muito bem servido. E claro continuo a recomendar o importante que é para o grupo termos estes acontecimentos de volta e meia… afim de que se possa fortalecer o estômago e o espírito.
Fortalecemo-nos mútuamente para que possamos dar volta às nossas angustias deste modo saudável, e ajudarmos com muito amor, todos os que à nossa volta sofrem, e tanto precisam de um apoio, que só lhes é dado por uma minoria, mesmo minoria da nossa sociedade…
O nosso bem haja à nossa Associação pela possibilidade de usufruir de tão belo dia.
07/07/2007
Margarida Simão

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Poesias, reflecções, contos, frases

Pretendo com este blogue escrever textos , escrever poesia , mensagens e contos, deste modo posso dar a conhecer a todos os meus escritos.