sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O que quero neste Natal


Dentro ainda da quadra natalícia venho somente desejar-vos um Bom Ano Novo,nas palavras de um menino africano da Casa do Gaiato de Malanje que fez o texto que transcrevo.

O que quero, Senhor, neste Natal, é montar uma árvore dentro do meu coração,
nela pendurar, em vez de presentes, o nome de todos os meus amigos. Os antigos e os mais recentes. Os amigos de longe e de perto. Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro.
Os sempre lembrados e os que, às vezes, ficam esquecidos. Os constantes e os intermitentes. Os das horas difíceis e os das horas alegres. Os que, sem querer, eu magoei ou, sem querer, me magoaram.
Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles que não me são conhecidos, a não ser nas aparências. Os que me devem e aqueles a quem muito devo.
Os amigos humildes e os amigos importantes. O nome de todos os que já passaram pela minha vida. Uma árvore de raízes muito profundas, para que os seus nomes nunca mais sejam arrancados do meu coração.
De ramos muito extensos, para que nomes, vindos de todas as partes, venham juntar-se aos existentes.
De sombra muito agradável, para que a nossa amizade seja um aumento de repouso, nas lutas da vida.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Natal de Quem?


Do peru, das rabanadas.- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino Murmura baixinho: - Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis Sem regras nem leis.
E Cristo Menino A fazer beicinho: - Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu? O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar: - Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu? Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!...

João Coelho dos Santos
In Lágrimas do Mar – 1996
“O meu mais belo poema de Natal”BOAS FESTAS – FELIZ 2011

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

" VIVER "


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"Alegria"


"... - Meu querido filho, jamais te deixaria nas horas de prova e de sofrimento. Quando viste na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas...
Foi exactamente aí que te peguei ao colo..."
In, Pegadas na Areia

Quero ser a primeira pessoa a dar-te os parabéns.
Dar-te os parabéns pelo filho que tiveste;
Dar-te os parabéns, pelos 28 anos de ser mãe;
Pela mulher que és;
E por tudo o que lhe deste;
Sorri sempre, amiga,
Que o teu sorriso, traz-nos alegria;
É bonito, quente e amistoso;
É expansivo e carinhoso;
É um sorriso de menina;
E um dia por mais que fiques velhinha,
Hás-de ter sempre esse sorriso, que sempre vi no teu rosto;
Um sorriso de Alegria.
Fevereiro de 1985
P.S. de nora, Maluca, pulga eléctrica, despassarada, pele e osso, Fofinha, eh!eh!eh!eh!eh!eh!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Sou como tu me vês.


Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como tu me vês passar.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para ti, fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio dos outros.
Clarisse Lispector
(TeaPot, para ti)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS


Poema de Mário de Andrade

Contei meus anos e descobri que terei menos

tempo para viver daqui para a frente do que já

vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma

bacia de cerejas.

As primeiras, ele chupou displicente, mas

percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com

mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam

egos inflados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir

quem eles admiram, cobiçando lugares, talentos e

sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis,

para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias

que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de

pessoas, que apesar a idade cronológica, são

imaturos.

Detesto fazer acareação de desafectos que

brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral

do coral.

"As pessoas não debatem conteúdos, apenas os

rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater

rótulos, quero a essência, minha alma tem

pressa...

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado

de gente humana,

muito humana; que sabe rir de seus tropeços,

não se encanta com

triunfos, não se considere a eleita antes da hora,

não foge da sua mortalidade,

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Uma Fábula Judaica


Três mulheres conversando ao lado de um poço. Um velho as escutava.
A primeira mulher dizia:

- Meu filho é muito forte, corre e pula.
A segunda dizia:

- O meu filho canta como os passarinhos.
A terceira mulher nada dizia, então o velho perguntou:

- Você não tem filhos?
Ela respondeu:

- Tenho, mas ele é um menino normal como todas as crianças.
As três mulheres pegaram seus potes cheios de água e foram caminhando.

No meio do caminho, elas pararam para descansar e o velho homem sentou ao lado delas.
Logo elas viram seus filhos voltando para perto delas.

O primeiro vinha correndo e pulando, o segundo vinha cantando lindas canções.

O terceiro não vinha pulando nem cantando, ele correu em direção a sua mãe

e pegou o pote cheio de água e levou para casa.
Então as três mulheres perguntaram para o velho homem:

- O que o senhor achou dos nossos filhos?
E o velho homem respondeu:

- Realmente, eu acabei de ver três meninos, mas vi apenas um filho.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

VIVER DESPENTEADA




Decidi aproveitar a vida com mais intensidade...
O mundo é louco, definitivamente louco...
O que é bom, engorda. O que é lindo, custa caro.
O Sol que ilumina o teu rosto, enruga.
E o que é realmente bom nesta vida, despenteia...

- Fazer amor - despenteia.
- Nadar - despenteia
- Pular - despenteia.
- Tirar a roupa - despenteia.
- Brincar - despenteia.
- Dançar - despenteia.

- Dormir - despenteia.

- Beijar com ardor - despenteia.


É a lei DA vida: Vai estar sempre mais despenteada a mulher que decide andar na montanha russa, que aquela que decide não subir.

Por isso, a minha recomendação a todas as mulheres: entrega-te, come coisas gostosas, beija, abraça, dança, apaixona-te, relaxa, viaja, salta, dorme tarde, acorda cedo, corre, voa, canta, arranja-te para ficares Linda, arranja-te para ficares confortável, admira a paisagem, aproveita, e acima de tudo:

Deixa a vida despentear-te!!!!

O pior que pode acontecer é que precises de te pentear de novo...

domingo, 17 de outubro de 2010

Se, se, se!...


Se podes conservar e teu bom senso e a calma,
Num mundo a delirar, p’ra quem o louco és tu;
Se podes crer em ti, com toda a força d’alma,
Quando ninguém te crê, se vais faminto e nu
Trilhando sem revolta um rumo solitário;
Se à torva intolerância, à negra incompreensão
Tu podes responder, subindo o teu calvário,
Com lágrimas de amor e bênção de perdão;


Se podes dizer bem de quem te calunia;
se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
mas sem a resignação dum santo que oficia,
nem pretensões de sábio a dar lições de amor;
se podes esperar sem fatigar a esp’rança;
sonhar mas conservar-te acima do teu sonho;
fazer do pensamento um arco de aliança,
entre um clarão do inferno e a luz do céu risonho;


se podes encarar com indiferença igual,
o triunfo e a derrota – eternos impostores;
se podes ver o bem oculto em todo o mal
e resignar, sorrindo, o amor dos teus amores;
se podes resistir à raiva ou à vergonha
de ver envenenar as frases que disseste
e que um velhaco emprega, eivados de peçonha,
com falsas intenções que tu jamais lhes deste:


se és um homem para arriscar todos os teus haveres
num lance corajoso, alheio ao resultado
e, calando em ti mesmo a mágoa de perderes
voltas a palmilhar todo o caminho andando;
se podes ver por terra as obras que fizeste,
vaiadas por malsins, desorientando o povo,
e sem dizer palavra e sem um termo agreste
voltares ao principio, a construir de novo;


se quem conta contigo encontra mais do que conta;
se podes empregar os sessenta segundos
dum minuto que passa, em obra de tal monta;
que o minuto se espraie em séculos fecundos;
se vivendo entre o povo és virtuoso e nobre
ou, vivendo entre os reis conservas a humildade;
se amigo ou inimigo, o poderoso e o pobre
são iguais para ti, à luz da eternidade;



então o ser sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos e os espaços;
Mas ainda p’ra além um novo sol rompeu
Abrindo o infinito ao rumo dos teus passos;
Pairando numa esfera acima deste plano
Sem recear jamais que os erros te retomem,
quando já nada houver em ti que seja humano,
alegra-te meu filho, então serás um homem.
Rudyard Kipling (1865/1936)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Medo da solidão



“... Aquilo que encanta também guia e protege. Apaixonadamente obcecados por seja o que for que amemos – barcos à vela, aviões, ideias – Uma avalanche de magia aplaina-nos o caminho, dilui regras, razões, divergências, transporta-nos sobre abismos, temores, duvidas, sem o poder desse amor somos barcos imobilizados em mares de tédio, mortalmente...
Quanto mais esclarecidos nos tornamos mais nos deixamos de poder conformar seja com quer for, seja onde for.
Quanto mais aprendemos mais devemos esperar viver sozinhos ...”
~ In “ A ponte para a eternidade”
(Richard Bach)
M/P
Estes pequenos estratos espelham claramente pensamentos, sensações e outras emoções que a vida me tem feito sentir, e não me sinto triste, apenas acho que tenho medo da solidão.
Sei que compreendem e aceitam o meu ser, às vezes até com um certo orgulho.
Assim como eu me orgulho de ser vosso.
03 Março 1990 +/- 9 horas
R.Miguel

Mudança


Uma mudança de velocidade, mudança de estilo, mudança de cenário,
A oportunidade de olhar admirado à distância,
Ainda ocupado até te esqueceres...
Cores diferentes,
Nomes diferentes
Por cima dos mesmos erros cometidos eu fico com a culpa...
Directamente és tão culpado, para veres carregas uma arma e ficas apontando à cabeça, assim tu o dizes.
Partilhas uma bebida e vais até lá fora, a voz de fome e aquele que chora.
Nós damos-te tudo, e mais ainda, a dor é demasiada, nós não aguentamos mais, assim tu o dizes.
Num mundo de sonhos partidos, e acabado de acordar sinto a dor a arder, tentei levantar-me e não fechar os olhos.
Pegou numa arma, deu um tiro em si próprio, mas escreveu antes de morrer, chorou por ajuda no seu mundo vazio, anda pequeno irmão deixa-me pegar na tua mão.
Então diz-me tu, o que é melhor? O que é melhor?
É só o suicídio?
Existem momentos bons para compensar os maus!
Dá-me a tua mão mano, e deita a cabeça em meu peito. Estou aqui...
algures 1995
R.Miguel

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A RAÇA DO ALENTEJANO


Como é um alentejano?
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.
Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie";
dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;
dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas; dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos; dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós; dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto; e dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.
Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus: nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?
Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que
«as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».
E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?
Era um descanso...

domingo, 12 de setembro de 2010

Uma verdade


- num azulejo de TOLEDO

A SOCIEDADE É ASSIM:

O POBRE TRABALHA

O RICO EXPLORA-O

O SOLDADO DEFENDE OS DOIS

O CONTRIBUINTE PAGA PELOS TRÊS

O VAGABUNDO DESCANSA PELOS QUATROS

O BÊBADO BEBE PELOS CINCO

O BANQUEIRO "ESFOLA" OS SEIS

O ADVOGADO ENGANA OS SETE

O MÉDICO MATA OS OITO

O COVEIRO ENTERRA OS NOVE

O POLÍTICO VIVE DOS DEZ




"A alegria é a coisa mais séria da vida"
Afonso Brandão

sábado, 11 de setembro de 2010

IGUALDADE?...


Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira.

Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".

O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe.

Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames."

Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam "justas".

Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria.

Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...

Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores.

Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.

Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da media das notas.

Portanto, agindo contra os seus principios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.

O resultado, a segunda média dos testes foi 10.

Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.

As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma.

A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.

No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros.

Portanto, todos os alunos chumbaram...

Para sua total surpresa.

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.

Preguiça e mágoas foi o seu resultado.

Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.

Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável."

O pensamento abaixo foi escrito em 1931.

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade.

Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos.

O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.

Quando metade da população descobre de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

Adrian Rogers, 1931

O "SE" DA UNIÃO EUROPEIA.


Para entender isto tenho de meter explicador........sozinha não vou lá....

-Se atravessares a fronteira da Coreia do Norte ilegalmente, és condenado a 12 anos de trabalhos forçados.
-Se atravessares a fronteira iraniana ilegalmente, és detido sem limite de prazo.
-Se atravessares a fronteira afegã ilegalmente, és alvejado.
-Se atravessares a fronteira da Arábia Saudita ilegalmente, serás preso.
-Se atravessares a fronteira chinesa ilegalmente, nunca mais ninguém ouvirá falar de ti.
-Se atravessares a fronteira venezuelana, serás considerado um espião e o teu destino está traçado.
-Se atravessares a fronteira cubana ilegalmente, serás atirado para dentro de um navio para os E.U.A.

Mas, se entrares por alguma fronteira da União Europeia ilegalmente...

TERÁS OBRIGATORIAMENTE:

-Um abrigo ...
-Um trabalho ...
-Carta de Condução...
-Cartão Europeu de Saúde...
-Segurança Social ...
-Crédito Familiar ...
-Cartões de Crédito ...
-Renda de casa subsidiada ou empréstimo bancário para a sua compra ...
-Escolariedade gratuita ...
-Serviço Nacional de Saúde gratuito ...
-Um representante no Parlamento ...
-Podes votar, e mesmo concorrer a um cargo público ...
-Ou mesmo fundares o teu próprio partido político !

E por último, mas não menos importante:

-Podes manifestar-te nas ruas e até queimar a nossa bandeira!

E... SE EU TE QUISER IMPEDIR, SEREI CONSIDERADO RACISTA!
SEM DÚVIDA QUE PARECE IRREAL, MAS É A MAIS PURA DAS VERDADES!
Desconheço autor


Será que António Aleixo, tinha razão quando dizia...


"Há tantos burros mandando
em homens de inteligência,
que às vezes fico pensando,
se a burrice não será uma ciência."

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

" Alô! Alô!...


Toc! Toc! Trimmmmm!...Trimmmmm!...
Foi ai que encomendaram:
AMOR?
CARINHO?
ALEGRIA?
FELICIDADE?
AMIZADE?
MUITA SAÚDE?
SIM.
OK!... ENTREGA FEITA!
Esta encomenda segue para todas as pessoas que fazem parte da minha vida e que têm um lugarzinho no meu coração.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

PÃO DE QUEIJO


O médico estava namorando a enfermeira Margareth e ela acabou engravidando;

Ele não querendo que sua mulher descobrisse, deu dinheiro à enfermeira, pediu que ela voltasse
para sua cidade natal em Minas Gerais, e tivesse o bebê lá.

- Como vou avisá-lo quando o bebê nascer?

- Mande um postal e escreva "PÃO DE QUEIJO".

Eu cuidarei de todas as despesas da criança.

Alguns meses se passaram, um dia quando o médico chegou em casa, a esposa disse:

- Você recebeu um cartão postal de Mina Gerais e eu não consigo entender o significado da mensagem.

Ele leu o cartão e caiu no chão com um violento ataque cardíaco, foi levado à emergência do hospital.

O cardiologista perguntou à esposa:

- Aconteceu algo que possa ter causado o ataque ?

- Ele apenas leu este cartão postal:

"Cinco pães de queijo: Três com linguiça e dois sem".
(desconheço autor)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Abraço...

A leveza de um abraço ,que nos aperta sem dor,cria um novo espaço,onde se semeia o amor
É demonstração de afecto
Carinho e muito amor
É saudade e lágrima
Mas também o calor

Abraço é amar
É querer aconchego
É sentir um amigo
Com todo o seu apego

Podemos abraçar
Uma causa uma pessoa
Abraço é abraço
É cingir e cercar
É não sentir espaço

Abraçar uma causa
É o que nos faz sentir
Que quem luta acredita
E nunca deve desistir

Abraçar uma criança
Transmitir-lhe carinho
É dizer-lhe com os braços
Que nunca estará sozinho

Abraçar um amigo
Com toda a fraternidade
E como dizer estou aqui!
Para a toda a eternidade

Abraçar um amor
Com toda a compreensão
É desatar todos os nós
E fazer um laço de união

Vamos assim abraçar
Uma criança, uma causa
Um amigo e o nosso amor?
Custa tão pouco abraçar...
Acreditem não dá dor!

Céci



Como adoro dar um bom abraço....aqui vai.....

Um abraço é mais sentido!!!

sábado, 28 de agosto de 2010

O mundo dos animais

terça-feira, 6 de julho de 2010

O MENINO DOS PÉS FRIOS



Era uma vez uma casa. Muito grande. Com um tecto altíssimo, nem sempre azul. Uma casa enorme onde habitava uma grande família: uma família tão grande que, por vezes, não julgavam os seus membros que se conheciam. E se deviam amar.

Houve um menino que entrou nesta casa estava ela toda branca. No chão tapetes de neve, cristais de água de uma brancura que estremecia. E as próprias árvores escorriam essa brancura. E frio. Iluminava-a uma estrela tão brilhante que, sobre o tecto, parecia que poisava sobre as nossas mãos.

Ora um dia, em que fazia anos em que esse menino entrara nessa casa, outro menino por ela andava com frio. Pelo chão, pelos milhões de cristais, caminhavam os seus pezitos enregelados. Tanto frio que nem podia
olhar a estrela brilhante. Nem os milhões de cristais que pisava.

Uma mulher chorava a um canto dessa casa. E era triste essa mulher. Estava triste e cansada. Na casa nem tudo era belo. Ali estava aquele menino cheio de frio. E, como ele, tantos meninos.

E, já há quase dois mil anos, um menino entrara na asa, que ficou mais clara com a luz brilhante do tecto. O menino entrou só para dizer uma palavra pequenina: AMOR.

Então essa mulher perguntou ao menino dos pés frios:

– Tu não tens a tua casa?

O menino olhou a mulher triste e ficou triste. Ambos estavam tristes. E disse quase envergonhado que não.

– Tu não tens roupa? Sapatos? Um lume? Pão?

A cabeça (tão linda!) do menino ia abanando sempre a dizer não. A mulher triste começou a ter vergonha.
Então ela consentia que na sua casa, na casa de todos, de tecto nem sempre azul, houvesse um menino sem roupa, sem lume, sem pão? Ela consentia uma coisa assim? E os outros também?

Escorregaram-lhe pela face já enrugada duas lágrimas transparentes. De água. Água como a que tombava do tecto, como a que se estendia nos mares.

E perguntou mais ao menino:

– E para onde vais? Eu dou-te qualquer coisa para o caminho...

O menino olhou para ela admirado. Não lhe disse para onde ia. Observou-lhe apenas:

– Tens duas gotas de água nos teus olhos que reflectem o céu azul e a lâmpada do tecto. Não sentes?

A mulher deixou cair pelo rosto enrugado as duas lágrimas. A pele, então, ficou-lhe mais lisa. E ela tornou-se menos curva. Ergueu-se. Estendeu, sorrindo, os dois braços ao menino. E disse:

– Fica. Perdoa.

E o menino ficou. Nos seus braços. Encostado ao seu peito. Com os pés aquecidos sobre o campo de neve.

E a mulher entendeu que não adiantava chorar ao canto da casa. E o seu vestido era uma bandeira. E o seu coração uma flor. Com o menino a seu lado...
Escrito por(Matilde Rosa Araújo)

domingo, 4 de julho de 2010

Sensibilidade masculina




Um homem estava em como há algum tempo. A esposa ficava à sua cabeceira dia e noite. Um dia o homem acorda, faz um sinal à mulher para que se aproximar e sussurra-lhe:
_ Durante todos estes anos estiveste ao meu lado. Quando me despedi do meu primeiro emprego, estavas comigo. Quando depois faliu a empresa que constitui, só ficaste tu para me apoiar. Quando perdemos a casa ficaste comigo, desde que fiquei com todos estes problemas de saúde, nunca me abandonaste. Sabes uma coisa? ...
Os olhos da mulher encheram-se de lágrimas:
- Diz amor...
- Acho que me dás azar!!!...
(desconheço autor)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

"José Régio e o seu burro" por Hermínio Felizardo


Soneto quase inédito


Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.



JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.

Tão actual em 1969, como hoje...

E depois ainda dizem que a tradição não é o que era!!!

sábado, 19 de junho de 2010

SÍNDROME DA DESORDEM DOS CINQUENTA...


Querida A...Laur, não, Manuela...não me parece ! mas que é uma ave muito linda, ai disso eu me lembro porque vi uma fotografia dela com um macaco na mão. Estavam lindos os dois!
Pois foi mas...já não me lembro do que ia dizer...Acho que a esta hora já devia ter consultado o correio especial, mas como tive que ver o Dr. H...qualquer coisa, só no intervalo é que tenho tempo para ver a classificação do US OPEN, onde o Tiger está pendurado numa má posição. Por pendurado prometi a uma ave conhecida - já falo com as aves? - qualquer coisa parece que para pendurar um urso. Bem deve ser uma corrente bem forte, porque um urso é coisa para pesar uma tonelada. Como os ursos - não sei se este é pardo ou panda, começa por p , isso eu sei, como ia dizendo o Woods está a jogar cada vez pior por causa das bonecas com que se meteu, e não são as bonecas que prometi ao ... quem? Vistas bem as coisas, tenho que me lembrar de informar o Vitor que o avião de segunda-feira está mais do que atrasado e só vai sair lá pelas 12 ou 14 da tarde. Mas ainda não é tarde, aliás nem cedo, para fazer as malas. Julgo ou tenho a certeza de que hoje é sábado não deixando por isso de ter tempo para telefonar ao restaurante para pedir garoupa cozida para o almoço. Por almoço, o José ainda não me disse para quando é que quer a caldeirada. Espero que não seja para amanhã! Antes de fazer o café da manhã, tenho que telefonar à mulher dele - bonita e simpática, por sinal - para lhe dar a receita dos scones que tirei da internet. Ah, é verdade! Verdade? Pois na verdade...já não lembro do quê...
Tens a certeza de que o gajo não tem ou tinha o tal síndroma da velhice trocada? A frase parece bonita, mas o tal síndroma que me mandaste pode andar por aí... Mas gosto do sentido do que diz, especialmente da parte da alimentação.
E eles sabem onde moro? Vê lá se vão parar a um engano qualquer! E é a mim que fazem falta! Vê lá bem as coisas!
Pois foi mas...já não me lembro do que ia dizer...Acho que a esta hora já devia ter consultado o correio especial, mas como tive que ver o Dr. H...qualq
O teu muito querido
Teapot

P.S. Será que é costume mandar uns beijinhos em anexo? tenho que ir ver à agenda...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cão D'Água Português


Patuda-Borrega.
Já não existes mas deixaste cá em baixo a tua companhia de muitos anos. Com o teu feitio amigo fizeste feliz uma Mulher carente de amor e calor humano. Calor humano numa cadela? Claro que sim, por que nâo? O calor humano é a relação que se consegue entre dois seres, se um deles for um humano, melhor. Mas tu Patuda - bem sei que não é esse o teu nome, mas é o que ficou, que queres? - se não falavas - defeito da Natureza... - transmitias sentimentos e sabias o que a tua dona, ou melhor, companheira queria e sentia. Estavas ali quando a solidão dela mais precisava, rias (abanar a cauda era a tua forma de rir, já se sabe) e se calhar até choravas se a vias triste. Por isso te digo que tinhas calor humano!
Sei que a tua companheira sente imenso a tua falta. Tens que lhe fazer sentir que mesmo lá nos prados para onde foste, continuas a olhar por ela e a fazer-lhe companhia. É importante que lhe faças chegar o sentir de que ela não deve continuar triste porque só mudaste de sítio, que agora já não tens dores nem doenças, por isso melhor podes cuidar dela. Vais ver que assim a farás mais feliz, como se tu ainda andasses por aqui.
Dorme bem
Um amigo

terça-feira, 8 de junho de 2010

Talula Maria



A minha companheira e amiga de 15 anos.
Deixaste-me borrega estou muito triste e zangada ainda tinhas mais uns anos para me alegrares com a tua bela e bondosa companhia...
Obrigada minha amiga foste uma das melhores coisas que pela minha vida passou! Estarás sempre em meu coração, gostei/gosto de ti como um elemento especial da familia, e que não queria que virasses estrelinha sem mim... Mas estava na hora de ires para junto do teu namorado e amigo Suby, agora vejo lá em cima quatro estrelas brilhantes e tu sabes bem quem são!...
Minha Talula Maria do coração.
Nasceu 2 Fevereiro 1995
Nasceu estrelinha 5 de junho 2010

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um bom contador de histórias, meu pai.


Apesar de só ter aprendido a escrever e ler em Cabo Verde, local para onde foi obrigado a ir fazer o serviço militar, tinha uma letra bonita de fazer inveja aos doutores... E um dicionário sempre em cima da mesinha de cabeceira.
A sua profissão era sapateiro, mas trabalhava no campo e todos os biscates que apareciam serviam para ganhar mais uns trocados, para comprar o peixe ao domingo, quando vinha da missa. A sua riqueza era os braços de trabalho, e a honestidade.
Nasceu em 1920 e como não havia registo da maior parte das coisas, os feitos eram passados de boca em boca. Assim, nas tardes de domingo, era vermos o pessoal da aldeia em redor do belo sapateiro, cada um contando as suas histórias desde “almas penadas”, “bruxas malvadas”, a outras do diz-se que diz, e o sapateiro contou:
Já verificaram que quando vou à vila da Lourinhã, nunca lhe dou esse nome? Digo sempre: Vou à terra da Loba. E aproveitou a contar tudo o que sabia.
Existia no concelho uma casa senhorial que nos anos 30 do séc. XX, era habitada por uma senhora de nome Amélia do Perdigão. Tinha uma cadela de guarda de uma beleza fora do comum. Certo dia a cadela apanhou os grandes portões de ferro abertos e ala que aí vai ela, liberdade que me chamas, e metendo-se por esses matagais adentro...
Passados uns dias caçadores dessa zona que só apanhavam uns coelhitos de volta e meia deram de caras com o animal daqueles e pensando que era uma loba, aqui vai a disparar, matando a bela cadela branca. Ora bem uma loba naquele local era coisa estranha, nunca ninguém tinha verificado tal. Aí os indivíduos viram um furo de angariar una escudos extras, para tal levaram o animal para a praça do coreto e puseram-na em exposição, quem quisesse ver a raridade tinha de pagar bilhete...
Então surgiu a canção:
D. Amélia do Perdigão pois então,
Tinha um cão de sentinela,
Mas não ficou satisfeita a sujeita,
Por lhe terem morto a cadela,
Depois da cadela morta o que importa,
Por esses aragões,
A dona do animal se quis ver o funeral
Teve de pagar cinco tostões...

domingo, 6 de junho de 2010

Dar e receber


Cada um recebe de acordo com o que dá.
Se derem ódios e indiferenças
Irão recebe-los de volta...
Mas se der atenção e carinho
Há-de ver-se cercado de afecto e amor,
Ninguém se aproxima do espinheiro
por causa dos espinhos,
Nem do lodo porque se suja...
Mas todos apreciam permanecer perto das flores
Que espalham beleza e perfume.
- Só um coração aberto recebe amor,
Só uma mente aberta recebe sabedoria,
Só mãos abertas recebem presentes,
Só pessoas especiais recebem mensagens minhas.
Beijos
Gtans Aprendia

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Olhares



Olhei-te nos olhos, deixei de os ver...
Mergulhei dentro deles comecei a viver.
O lago está tépido e sua cor serena,
Mergulhei mais a fundo e o que encontrei?
Tanta bondade escondida, ternura até mais não,
Agarrei-me na margem pensei que a juncos...
Mas ao verificar fortes pestanas onde me agarrar,
Meus olhos sorriram ao olhar o sol com a tua irís,
A cor é mais linda, o sol mais brilhante, os lagos são dois
Espelhos dos meus, sinto-me flutuar e bendigo aos céus.
02de Junho 2010

domingo, 30 de maio de 2010

Olho de boi nos esperava


Olho de boi é um local aprazível na margem esquerda do rio Tejo.
Sempre que minhas massinhas miúdas estrelinhas, pardalecas, borboleta-vaca,gata, pelinho na venta, tytynha e bekas, estão disponíveis, organizo uma agenda de afazeres para que tenhamos uns dias agradáveis e fora do comum.
Ora neste dia, metemos pés ao caminho e descalças, calças arregaçadas e casacos no chão apesar do frio, rebolamos na relva e na areia de uma prainha simpática, brincamos às escondidas,trepamos às árvores, como macacas "pascanhas"(palermas na minha terra), fizemos mal-me-quer e bem-me-quer com as flores amarelas que encontravamos. Enfim um dia a não esquecer, e venham mais...
março 27 de 2010

Olho de boi nos esperava...


Inicio de umas mini-férias com as netas, tanto que vamos recordar deste dia maravilhoso.

domingo, 23 de maio de 2010

A Turma

Solicitamos com ternura à nossa professora, que nunca faça Delete desta sua turma, porque estaremos sempre atentos, ao enter , daremos muita atenção ao Caps Lock, o Alt Gr e o Ctrl estão na nossa mira, o Num Lock não sairá debaixo de nossos olhos, com muita ternura trataremos do Page Up e Page Downe, nossa atenção estará também voltada para o Word, assim como trataremos do Excel e Power Point, todas as teclas ficaram debaixo da nossa mira, e a todas não daremos descanso...
Não daremos trégua aos teclados. O nosso objectivo é trabalho e aperfeiçoamento, em todas as dúvidas que possam surgir a procuraremos.
Mas mesmo com o Print screen, e o Insert( que nem sei a sua utilidade), o @, e $ , € e outras siglas, na nossa mente ficará :
- Um a cara linda, simpática, disponível, atenta, pronta para dar o seu saber sua simpatia e alegria também.
E que a turma tenta com as dificuldades próprias de quem nada sabe, beber o mais possível da sua sabedoria.
Bem haja professora – gostamos muito de si e desejamos-lhe as maiores felicidades do mundo.
A Turma...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Um dia no campo


Eu fiz uma vestinha para nós dois, tinhamos muitas flores,sombra de árvores à volta, o dia estava quente, depois estivemos a descansar em cima de uma esteira e à sombra da árvore, ouviasse um riacho ao longe, o mundo era nosso, só o zumbido de alguns insectos, a minha cabeça em teu peito, sentia e ouvia o bater de teu coração, estavas feliz e eu feliz estava, não queria abrir os olhos mas as horas passam rápido, o sol já estava deitado e nós levantamo-nos com pouca vontade, mas a hora da abóbora estava a chegar.
Demos aquele abraço que ambos conhecemos, desejei-te muitos e longos anos com tudo de bom em teu redor, e lá seguimos nossos caminhos um para norte outro para sul, mas ambos bem ligados por algo maravilhoso, que nos faz sorrir a cada momento.

17 Maio 2010
Margarida Simão

domingo, 16 de maio de 2010

Hoje vi-te!...

Hoje vi-te, sabes onde?
Nas lembranças mais bonitas de minha vida...
No meu coração, e na lista de pessoas que jamais esquecerei!...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Sonho

Sou como tu me vês.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como tu me vês passar.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para ti, fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio dos outros.
Clarisse Lispector

terça-feira, 11 de maio de 2010

Anda, abraça-me e beija-me!...


Só nós dois é que sabemos
Quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém
Só nós dois avaliamos
Este amor forte e profundo
Quando o amor acontece
Não pede licença ao mundo

Anda, abraça-me... beija-me
Encosta o teu peito ao meu
Esquece que vais na rua
Vem ser minha e eu serei teu
Que falem não nos interessa
O mundo não nos importa
O nosso mundo começa
Cá dentro da nossa porta

Só nós dois compreendemos
O calor dos nossos beijos
Só nós dois é que sofremos
A tortura dos desejos
Vamos viver o presente
Tal qual a vida nos dá
O que reserva o futuro
Só deus sabe o que será

Anda, abraça-me... beija-me
... ... ... ...
Tony de Matos

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Corro, corro, corro.


Estico a mão e não a agarro, foge sempre por entre as nuvens. Quando parece que é agora, nem pensar mais uma vez se escondeu, o astro que me faz sonhar, quando o homem com a lenha às costas está mais dobrado, ponho-me em bicos dos pés e aí sim me elevo, pondo um pé numa estrela, outro na outra e vou caminhando de encontro ao sol nascente, pela mão do homem da lua, e numa aventura constante meu coração vai descobrindo e meus olhos vendo o quão maravilhoso, os tons dos raios de luz que se desprendem para me beijar, suas cores alegres, de laranja, amarelo, lilás me cobrem e enchem de perfume, o branco, rosa e azul formam um cinto que me aperta a cintura, como se me estivesse a abraçar...
Olho com muita atenção verificando que as árvores estão floridas com mil cores perfumadas, elevando suas pétalas para serem beijadas por insectos maravilhosos pretos e amarelos de asas transparentes e que transpiram mel, melaço e tudo o que sabe bem!
Meu corpo está molengo, não sei se por me sentir extasiada com o que vejo e sinto ao meu redor, se pela preguiça por estar envolta em brancas nuvem, onde de volta e meia os raios do sol nascente, me vêm beijar, secando as gotas de orvalho que ainda pingam de meu corpo inebriado de tanta harmonia...
Dia 7 de Maio de 2010-05-07
Guida

segunda-feira, 3 de maio de 2010

BODEGA

Às vezes, no rústico balcão

de velha tábua enegrecida

o tempo parava...

Às vezes, o vento passava

e o papel de embrulho acenava

convidando o cliente

a absorver o aroma

pungente de couro curtido

que se irradiava no ar...

Só a velha balança parada

com os pratos vazios

ponderava o que havia

de sabor no denso langor

de algo invisível a indicar

que a tarde se dissipava

pesarosa a chorar...

E quando vinha freguês

antonio, maria ou joão

de caderneta na mão

fiava o açúcar, a farinha,

num embrulho feito com arte

com dedos magros da mão

de um bodegueiro artesão!
de Raimundo Candido

Tenho Medo de Perder a Maravilha

Tenho medo de perder a maravilha
de teus olhos de estátua e aquele acento
que de noite me imprime em plena face
de teu alento a solitária rosa.

Tenho pena de ser nesta ribeira
tronco sem ramos; e o que mais eu sinto
é não ter a flor, polpa, ou argila
para o gusano do meu sofrimento.

Se és o tesouro meu que oculto tenho
se és minha cruz e minha dor molhada,
se de teu senhorio sou o cão,

não me deixes perder o que ganhei
e as águas decora de teu rio
com as folhas do meu outono esquivo.

Federico García Lorca, in 'Poemas Esparsos'

Escreve!


Não sei o que supor
Do teu silêncio. Escreve!
Quem é amado deve
Ser grato ao menos, flor!

Se eu fosse tão feliz
Que te falasse um dia,
De viva voz diria
Mais do que a carta diz.

Mas olha, tal qual é,
Não rias desse escrito,
Que pouco ou muito é dito
Tudo de boa-fé.

Há nesse teu olhar
A doce luz da Lua,
Mas luz que se insinua
A ponto de abrasar...

Pareça nele, sim,
Que há só doçura, embora,
Há fogo que devora...
Que me devora a mim!

Que mata, mas que dá
Uma suave morte;
Mata da mesma sorte
Que uma árvore que há;

Que ao pé se lhe ficou
Acaso alguém dormindo
Adormeceu sorrindo...
Porém não acordou!

Esse teu seio então...
Que encantadora curva!
Como de o ver se turva
A vista e a razão!

Como até mesmo o ar
Suspende a gente logo,
Pregando olhos de fogo
Em tão formoso par!

Ó seio encantador,
Delicioso seio!
Que júbilo, que enleio,
Libar-lhe o néctar, flor!

Eu tenho muita vez
Já visto a borboleta
Na casta violeta
Pousar os leves pés;

E num enlevo tal,
Numa avidez tamanha,
Que a gente a não apanha
Com dó de fazer mal!

Pegada à flor então
No pé curvinho e mole,
As asas nem as bole
Toda sofreguidão!

Pousou... adormeceu!
Só vê, só ouve e sente
O cálix rescendente
Daquele mel do céu!

Pois vê com que prazer
E com que ardente sede
Te havia... que não hei-de!...
Também beijar, sorver!

Mas eu só peço dó,
Só peço piedade!
Mata-me a saudade
Com duas Unhas só!

Eu, a não ser em ti,
Achar alívios onde?
Escreve-me! responde
A carta que escrevi!

Cansado de esperar
Às vezes quando saio,
Pensas que me distraio?
Pois volto com pesar!

Concentra-se-me em ti
A alma de tal modo,
Que esse bulício todo
Nem o ouvi, nem vi!

Ninguém te substitui
Porque só tu és bela!
Que estrela a minha estrela,
E que infeliz que eu fui!

Mas devo-te supor
Sempre indulgente e boa:
Escreve-me e perdoa
Meu violento amor!

Respeita uma afeição
Inútil mas sincera!
Tu és mulher, pondera
O que é uma paixão.

Com sangue era eu capaz
De te escrever; portanto,
Tinta não custa tanto,
E não me escreverás?

Uma palavra, sim,
Que me não amas... queres?
Enquanto me escreveres,
Tu pensarás em mim!

Só essa ideia, crê,
Encerra mais doçura
Que as provas de ternura
Que outra qualquer me dê!

João de Deus, in 'Campo de Flores'

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O IDIOTA E A MOEDA

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.
Diariamente chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam-lhe a escolha entre duas moedas: uma grande de 50$00 e outra menor, de 100$00. Ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos. Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e perguntou-lhe se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.

Respondeu o tolo: - Eu sei, ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar a minha moeda.

Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quem eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se fores ganancioso, acabas por estragar a tua fonte de rendimento.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, o que realmente somos.
O maior prazer de um homem inteligente é armar-se em idiota diante de um idiota que se arma em inteligente.
(desconheço o autor)

domingo, 18 de abril de 2010

Ler é um prazer


Depende da posição...
Fazê-lo parado fortalece a coluna,
de barriga para baixo estimula a circulação do sangue,
de barriga para cima é mais agradável,
fazê-lo sozinho é enriquecedor, mas egoísta,
em grupo pode ser divertido,
no w.c. é muito digestivo,
no automóvel pode ser perigoso…
Fazê-lo com frequência
desenvolve a imaginação,
a dois, enriquece o conhecimento,
de joelhos, torna-se doloroso…
Enfim, sobre a mesa ou sobre à secretária,
antes de comer ou à sobremesa,
sobre a cama ou numa rede,
despidos ou vestidos,
na relva ou sobre o tapete,
com música ou em silêncio,
entre lençóis ou no roupeiro:
Fazê-lo é sempre um acto de amor e de enriquecimento.
Não importa a idade, nem a raça, nem o credo, nem o sexo, nem a posição económica....o que importa é que:
Ler é um prazer!!!!
Tudo depende da posição...

sábado, 17 de abril de 2010

Bolo do Amor



Ingredientes:

1 cama quente
2 corpos diferentes (previamente lavados)
500gr de carícias ou mais, (marmelada muita marmelada)
1 banana não muito madura
2 tomates
2 marmelos
1 forno previamente aquecido
50 gr de beijos

Tempo: 15 minutos no mínimo (segundo a proporção)

Preparação:

- Introduzir delicadamente os dois corpos na cama com as 50 gr de beijos ou mais.
- Cobrir a superfície dos corpos com as 500 gr de carícias ou mais, pode adicionar mel ou açúcar.
Cobrir estes mesmos corpos em partículas até à saturação.

Atenção:
- Não bater as claras em castelo.
- Agitar com as mãos os marmelos até ficarem ligeiramente rijos, de maneira a não murcharem.
- Meter a banana previamente aquecida com as pontas dos dedos no forno, a uma temperatura ambiente.

Essencial:
- Deixar sobretudo os dois tomates com pele no exterior.
- Manobrar a banana delicadamente no sentido de vai-vem, faze-la agir de tempos a tempos , e voltar a metê-la afim de controlar a cozedura, isto para que ela não perca o sumo.
- A velocidade varia conforme a marca do forno.
- Extrair o sumo da banana que deve ficar no forno.
- Retirar-se com agilidade.
- Para acabar o bolo deixe macerar nas mãos, ou então servi-lo com a língua, isso fica à escolha da cozinheira.
- Deixe arrefecer e desenforme 9 meses depois.

Recomendação particular:
Não se importe de repetir frequentemente a receita a fim de saboreá-la, pois além de fazer muito bem à saúde e ao espírito, cada vez é mais gostoso e apenas uma questão de prática.

Então………………… Bom Apetite!!!

(Desconheço autor)

domingo, 28 de março de 2010

As voltas que a vida dá



A vida era pacata, nada acontecia na aldeia.
Meu tio era serrador, o seu instrumento de trabalho: A serra braçal, e por vezes passava semanas fora de casa, quando o trabalho assim o exigia, lá seguia pelas florestas do país, para trazer uns parcos escudos, que mal dava para a família se alimentar, e a família tinha acabado de aumentar a minha terceira prima ainda só tinha um ano e já vinha outro a caminho.
Então teriam mesmo de fazer o que já haviam planeado, com a ajuda do governo da época o tio Afonso tratou da papelada, e a tia Ernestina ia fazendo umas roupitas para as meninas, que a viagem para Moçambique não tardava, iam como tantos outros procurar melhorar a vida assim como a de seus filhos.
Estávamos em meados dos anos cinquenta. Odete, a minha terceira prima, contar-me-ia mais tarde, quando começamos a trocar correspondência, que um dos locais por onde tinham passado tinha o nome do nosso avô Lourenço Marques, mas o local para onde os levaram verifiquei mais tarde que se situava no distrito de Cabo Delgado e a cidade chamava-se Pemba, local rico em madeira, e paradisíaco pelas suas praias.
O tempo passou, a Odete cresceu, e o militar apareceu, o romance nasceu, e os enamorados casaram, a primeira filha nasceu, a bomba rebentou, e o Eduardo perdeu, uma perna pelo ar, uns quantos dedos das mãos, e estilhaços a picarem!...

sábado, 27 de março de 2010

POBRES DOS NOSSOS RICOS


A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos. Mas ricos sem riqueza. Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem.. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos". Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados. Necessitavam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia. Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade. Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem (...)

MIA COUTO

terça-feira, 16 de março de 2010

O Silêncio


Quando pensarem que o meu silêncio significa esquecimento, por favor lembrem-se:
- De que o sol nem sempre brilha... Mas existe.
Assim é o meu carinho e amizade por todos os que me rodeiam...
Pode não brilhar sempre, mas é certo que existe! E estão bem fortes em meu peito, apesar de por vezes um pouco neblado...
Guida

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia da mulher


Temos que ter a delicadeza das flores. A força de ser mãe, o carinho de ser esposa. A paixão de ser amante, e o amor de ser mulher!...
Somos fêmeas, guerreiras, vencedoras. Somos sempre o tema de um poema, Distribuimos paixão, meiguice, força, carinho e amor.
Somos um pouco de tudo, calmas, agitadas, lerdas, vaidosas, charmosas, turbulentas...
Mulheres fortes e lutadoras. Mulheres conquistadoras que amam e queresm ser amadas. Elegantes repletas de inteligência... Somos NÓS as MULHERES!

Margarida Simão

domingo, 28 de fevereiro de 2010

O que diariamente devemos fazer...


Dizem que todos os dias temos que comer uma maçã para o ferro e uma banana para o potássio.
Também uma laranja, para a vitamina C, meio melão para melhorar a digestão e uma chávena de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias temos que beber dois litros de água (sim, e logo a seguir mijá-los, que leva quase o dobro do tempo que os levei a beber).
Todos os dias temos que tomar um Activia ou um iogurte para ter 'L. Cassei Defensis', que ninguém sabe exactamente que merda é que é mas parece que se não ingeres um milhão e meio todos os dias começas a ver toda a gente com uma grande diarreia ou presos dos intestinos.
Cada dia uma aspirina, para prevenir os enfartes mais um copo de vinho tinto, para a mesma coisa. E outro de vinho branco, para o sistema nervoso. E um de cerveja, que já não me lembro para que era. Se os tomares todos juntos mesmo que te dê um derrame cerebral ali mesmo não te preocupes pois o mais certo é que nem te dês conta disso.
Todos os dias tens que comer fibras. Muita, muitíssima fibra até que sejas capaz de defecar uma camisolita bem grossa.
Tens que fazer quatro a seis refeições diárias leves sem te esqueceres de mastigar cem vezes cada garfada.
Ora, fazendo um pequeno cálculo apenas a comer vão-se assim de repente umas cinco horitas. Ah, depois de cada refeição deves escovar bem os dentes, ou seja: depois do Activia e da fibra os dentes depois da maçã os dentes depois da banana os dentes
e assim, enquanto tiveres dentes sem te esqueceres nunca de passar o fio dental massajador das gengivas e bochechar com PLAX...
Melhor, amplifica a casa de banho e põe a aparelhagem de música lá porque entre a água, a fibra e os dentes vais passar horas quase metade do dia ali dentro.
Equipa-o também de jornais e revistas para te pores a par do que se passa enquanto sentado na sanita.
Temos que dormir oito horas e trabalhar outras oito, mais as cinco que usamos a comer, faz vinte e uma. Restam três horas sempre que não surja algum imprevisto.
Segundo as estatísticas, vemos três horas de televisão diárias.
Bem, já não podes porque todos os dias devemos caminhar pelo menos uma meia hora
(dado por experiência: ao fim de 15 minutos regressa senão andas mas é uma hora!)
E há que cuidar das amizades porque são como uma planta: temos que as regar diariamente. E quando vais de férias, também suponho senão as plantas morrem nas férias.
Para além disso há que estar bem informado e ler pelo menos um dos jornais diários e outro de uma revista séria para comparar a informação.
Ah! E temos que ter sexo todos os dias mas sem cair na rotina: temos que ser inovadores, criativos, renovar a sedução. Isso leva o seu tempo. E já nem estamos a falar do sexo tântrico!! ( A respeito disso, relembro: depois de cada refeição temos que escovar os dentes!)
Também temos que arranjar tempo para a maquilhagem, a depilação/fazer a barba, varrer a casa, lavar a roupa, lavar os pratos e já nem digo, os que têm gatos, cães pássaros e uma catrefada de filhos...
No total, a mim dá-me umas 29 horas diárias se nunca parares.
A única possibilidade que me ocorre é fazer várias destas coisas ao mesmo tempo:
por exemplo, tomas duche com água fria e com a boca aberta, e assim bebes logo os dois litros de água de uma vez. Enquanto sais do banho com escova de dentes na boca, vais fazendo o amor, o sexo tântrico, parado, junto ao teu mais que tudo, que de passagem vê TV e te vai contando o que se passa, enquanto varres a casa.
Sobrou-te uma mão livre? Telefona aos teus amigos e aos teus pais! Bebe o vinho (depois de telefonares aos teus pais vai fazer-te falta!). O iogurte com a maçã pode dar-te o teu par enquanto ele come a banana com a Activia.
No dia seguinte troquem. E menos mal que já crescemos, porque senão tínhamos que engolir mais umas cerelacs e um Danoninho Extra Cálcio todos os santos dias.
Úuuuf!
Mas se te restam 2 minutos, reenvia isto aos teus amigos (que temos que regar como as plantas) enquanto comes uma colherzinha de Muesli ou Al-Bran, que faz muito bem...
E agora vou deixar-te porque entre o iogurte, o meio melão o primeiro litro de água e a terceira refeição do dia já não faço a mínima ideia o que é que estou a fazer porque preciso urgentemente de uma casa de banho.
Ah, vou aproveitar e levo comigo a escova de dentes...
(Desconheço o autor)
28-02-2010
Margarida Simão

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Paradoxo do Nosso Tempo. George Carlin


"Nós falamos demais,
amamos raramente,
odiamos frequentemente.
Nós bebemos demais,
gastamos sem critérios.
Conduzimos rápido demais,
ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados,
lemos muito pouco, assistimos TV demais,
perdemos tempo demais em relações virtuais,
e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens,
mas reduzimos nossos valores.
Aprendemos a sobreviver,
mas não a viver;
adicionamos anos à nossa vida
e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua,
mas temos dificuldade em cruzar a
rua e encontrar um novo vizinho.
Conquistamos o espaço,
mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores,
mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não nosso preconceito;
escrevemos mais,
mas aprendemos menos;
planeamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a apressar-nos
e não, a esperar.
Construímos mais computadores
para armazenar mais
informação,
produzir mais cópias do que nunca,
cada vez comunicamos menos.

Estamos na era do 'fast-food'
e da digestão lenta;

do homem grande, de carácter pequeno;
lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos,
vários divórcios,
casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas,
fraldas e moral descartáveis,
das rapidinhas, dos cérebros ocos
e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrina e
muito pouco na dispensa.

Lembre-se de passar tempo com as
pessoas que ama, pois elas
não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso
em seus pais, num amigo,
pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer " eu te amo" à sua
companheira(o) e às pessoas que ama,
mas, em primeiro lugar, se ame.

Um beijo e um abraço curam a dor,
quando vem lá de dentro.


Por isso, valorize sua família,
seus amores, seus amigos,
a pessoa que ama,
e, aquelas que estão
sempre ao seu lado."

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Rosa Lobato Faria


A escritora, letrista e actriz Rosa Lobato Faria, morreu, dia 2 de Fevereiro de 2010
aos 77 anos, depois de uma semana de internamento num hospital
privado. Foi colaboradora (dizendo poesias) de David Mourão-Ferreira
em programas literários da televisão. Autora, entre outros, dos
romances Flor do Sal, A Trança de Inês, Romance de Cordélia, O
Prenúncio das Águas, ou mais recentemente A Estrela de Gonçalo Enes
(ed. Quasi). Publicamos aqui a 'autobiografia' que escreveu para o JL
há dois anos.

Autobiografia.


Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca
tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual,
política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas
imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa
que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para
as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à
mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e
incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos
livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos
regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores,
passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo.
Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos
melodias nunca aprendidas.

Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas
inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas
como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como
verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a
surpreendente mania de acreditar que isso era bom.
Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.

E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs
trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a
angustia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria
(não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da
aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das
papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de
Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida
houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem).

Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove
ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras
infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas
raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e
sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que
o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos,
depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de
baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal.

Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as
necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo
literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o
Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te,
menina, que vais ser escritora.

Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a
música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu
coitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas,
vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele
molhávamos os pés e as almas.

Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves.
Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde
saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem
vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que
não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com
palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave
na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca,
vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem
uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu
amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora
do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as
nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobre
que ninguém tinha na vida real).

Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a
Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me,
ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido).
Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que
resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos.
Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente,
isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como
todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque
sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre
foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às
gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se
contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução
que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS
fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É
preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo,
quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era
acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.

Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho,
erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito
bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra
chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda
espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a
Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta
até, praticamente, ao infinito.

Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que
estava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A
ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia
crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63
anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez
romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete
ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê,
pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse
como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando
vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me
atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e
me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).

Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se
muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da
imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se
tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito
feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens.
Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça,
idade ou religião. É um progresso enorme.

Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30,
comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer
umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas
destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é
uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria
gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não
há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e
sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores.
Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi.

Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das
coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o
que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma
e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me
cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e,
no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante.

Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para
contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só
me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo.
Encontramo-nos no meu próximo romance.