domingo, 23 de janeiro de 2011

Visão de Amor


Um pouco de pão,
um pouco de água fresca,
a sombra de uma árvore
e os teus olhos!
Nenhum sultão
é mais feliz do que eu...
Nenhum mendigo
é mais triste....
.
II
Deixemo-nos de palavras vãs.
Levanta-te e dá-me um pouco de vinho.
Esta noite a tua boca
é a mais bela rosa do mundo
e basta para todos os meus desejos.
Dá-me vinho.
Que ele seja corado como as tuas faces,
e o meu remorso
será leve como as tuas tranças.
.
III
A brisa da Primavera renova as rosas
e, na sombra azul do jardim,
acaricia o rosto da minha amada.
A despeito da ventura que já gozei,
sou tão feliz hoje
que não me lembro de ontem:
esqueço o passado...
É tão imperioso o prazer deste momento...
.
IV
Porquê tanta suavidade,
tanta ternura,
no começo do nosso amor?
Porquê tantos carinhos,
tantas delícias, depois?
E... porquê, hoje,
o teu único prazer
é dilacerar o meu coração?
Porquê?...
.
Omar Ibn Ibrahim El Kháyyám nasceu em Nichapour, Pérsia, no ano de 1040 da era cristã.
Kháyyám significa em persa "fabricante de tendas", e o poeta adoptou esse nome em memória do ofício que exercia seu pai.
Além de poeta, Omar Kháyyám foi grande matemático e astrónomo. Dos seus livros de ciência chegaram até nós o Tratado de algumas dificuldades das definições de Euclides e as Demonstrações dos problemas de álgebra.
Director do observatório de Merv, fez, em 1074, a reforma do calendário muçulmano.
Omar Kháyyám morreu na mesma cidade do seu berço aos 85 anos de idade.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Pétalas e sol


Todos os dias me dizes, que cada manhã nos traz mil sóis e mil rosas...
Sim, mas onde estão as pétalas das rosas de ontem?
E as dos outros dias anteriores?
Fizeste almofadas em formato de girassol, e borboletas, onde repousas a cabeça e dás vida às letras que te vão no coração...

MIL SÓIS


Cabul
Saeb-e-Tabrizi
(Traduzido por Evandro Venancio)

Ah! Quão bonita é Cabul rodeada por suas áridas montanhas
E rosas, as trilhas de espinhos invejam-lhe
Suas rajadas do triturado solo levemente ardem os meus olhos
Mas eu a amo, pois o conhecimento e o amor nascem deste mesmo pó

Minha canção exalta tuas deslumbrantes tulipas
E na beleza de tuas árvores, eu ruborizo-me
Quão efervescente a água flui do Pul-I-Bastaan
Que Allah proteja tanta beleza dos olhos maldosos dos homens!

Khirz escolheu o caminho de Cabul para alcançar o Paraíso
Para suas montanhas trouxe encantos próximos do céu
Da fortaleza com paredes extensas, Um Dragão de protecção
Cada pedra é mais preciosas do que o tesouro de Shayagan

Todas as ruas de Cabul são atraentes para os olhos
Através dos bazares, caravanas do Egito passam
Não se podem contar as luas que brilham por seus telhados
Nem os mil sóis esplêndidos que se escondem por trás de seus muros

Seu riso das manhãs contém a alegria das flores
Suas noites de escuridão, os reflexos de lustrosos cabelos
Suas cantigas nocturnas, com paixão cantam suas canções
Em ardentes tons, como folhas inflamadas, caindo de suas gargantas

E eu, eu canto nos jardins de Jahanara, de Sharbara
E até mesmo as trombetas dos céus invejam os seus pastos verdes


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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Meu Sol, meu tesouro


Jamais esquecerei a doçura de teus olhos,
Outros momentos hão-de vir para que meus olhos olhem os teus.
a atracção que exercem sobre os meus são um alento para o meu ser;
És um tesouro em minha vida, oculto pela espuma e brisa do mar, oculto pela bruma da manhã,
Tu não sabes mas, desde o nascer ao pôr do sol, e pela noite dentro, e até o mesmo quando volta a raiar o dia, o teu sabor, o teu calor,
o teu ser, eu sinto em mim…
Foi um bem, este cruzamentos de vidas que me faz vibrar e viver com alegria desde a passagem pela rotunda...
Não sabia que o sol tinha tanto calor;
Tão brilhante e fogoso ele é;
O amor que transmite, é puro e verdadeiro;
Nunca senti que estivesse zangado com o mundo, pois é todo ele ternura, brandura, dádiva, imenso é o seu coração,
seu mundo é Paz, como para todos os seres que o rodeiam.
Longe é seu viver..., mas todos os momentos são bons para sentir e beijar sua boca e sentir seu calor.
O mar que nos separa , também nos une, pois é tão grande a ânsia de nossos braços;
Pudera eu/ele, andarmos de mãos dadas ao sabor do vento, correr ao sol…
toda a beleza que nossos corações guardam, transbordaria e fazia um mar de flores perfumando o ar ;
Sempre sonhando… tudo não passa de sonho…
Pois a vida é uma roda viva, e andamos sempre a rodar;
neste imenso sonho que me encontro e que ninguém pode impedir de sonhar...
Recordo com muito orgulho, quando me deste a mão, mão de pai, marido, homem honesto, mão de amigo. E que com um fiozinho me deixou agarrar, e que agarrei com toda a minha força, pela imensidão de seu coração
No rumo leva a vida, mas sem entraves nem picos; eu continuo à sombra mas com orgulho, tentando fazer mais feliz, a quem felicidade me dá…
Sem machucar ninguém, eu quero dar meu amor tudo o que de bom eu poder , respeito e tenho orgulho no tesouro que encontrei…
Bens materiais não são meu intuito, interessa-me bem mais os bens do coração.
Autor "Coruja"

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sem-Fim



"No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta. E no planeta um jardim
e no jardim, um canteiro, no canteiro uma violeta e sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim, a asa de uma borboleta" [Cecília Meireles]

Um cê a mais


Manuel Halpern

Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.

Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.

As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar.

Dá para pensar


Pequenas comparações com grandes diferenças.

NA PRISÃO
Passas a maior parte do tempo numa cela de 3x3 metros.

NO TRABALHO
Passas a maior parte do tempo num cubículo de 2x2 metros.

NA PRISÃO

Tens três refeições por dia completamente grátis.

NA PRISÃO
Tens assistência médica e dental GRÁTIS.

NO TRABALHO

Tens uma pausa para uma refeição, que tens que pagar.

NO TRABALHO
Tens um seguro de saúde (que sai do teu salário) e que pode ou NÃO cobrir os tratamentos de que precisas.

NA PRISÃO

Reduzem-te o tempo se te portares bem.

NO TRABALHO
Dão-te mais trabalho se te portares bem.

NA PRISÃO
O guarda fecha e abre as portas para ti.

NO TRABALHO
Muitas vezes tens um cartão de acesso e tens que abrir e fechar as portas tu mesmo.

NA PRISÃO
Podes ver televisão e jogar o que quiseres.

NO TRABALHO
Podes ser despedido por ver televisão e jogar no computador.

NA PRISÃO
Tens uma retrete privativa.

NO TRABALHO
Tens que partilhar a retrete com gente que mija no assento.

NA PRISÃO
Autorizam-te a receber a visita da tua família e amigos.

NO TRABALHO

Nem sequer admitem que converses com a tua família.

NA PRISÃO

Todas as despesas são pagas pelos contribuintes e não tens que trabalhar.

NO TRABALHO
Tens que pagar as despesas para ir para o trabalho e deduzem taxas ao teu salário para pagar os custos das prisões.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Tempo


Os anos passam...
Os amigos ficam,
A vontade de aprender nos junta...

Fruto do saber e dedicação da nossa querida profª
É como uma corda que nos junta, nos une, existe sempre lugar para mais um nó... E nós queremos sempre, mais e mais...

O nosso Bem-Haja.
Clube de Leitura

sábado, 8 de janeiro de 2011

Para todos vós, os meus desejos!...




O Sol nasce para vos ver sorrir,
A lua levanta-se ao ver-vos,
As estrelas protegem-vos do pior,
E eu...
Desejo-vos tudo do melhor.
Para este ano 2011

Se... Minha amiga do coração!...


Se eu fosse poeta, escreveria um poema;
Se eu fosse escultor, executaria uma estátua;
Se eu fosse músico, escreveria uma ópera;
Se eu fosse pintor, faria um quadro;
Se eu fosse criminoso, cometeria um crime para te salvar;
Se eu fosse cientista, investigaria uma maneira de matar tumores;
Se eu fosse religioso, serias um Deus da antiguidade...
Mas sou só um juiz. Só sei escrever sentenças, por isso vou fazer uma para ti.
Escrevi tantos “uns” e “uma”, porque foste única!...
Nunca haverá uma “quase-pessoa” como tu!...
1) O ministério publico veio requerer julgamento de:
Talula Maria , mãe solteira de sete filhos, doméstica, nascida em 02 de Fevereiro de 1995, filha de pais desconhecidos, de nacionalidade Portuguesa e de raça canina “ cão de água português”, imputando-lhe os factos ocorridos entre 02 de Fevereiro de 1995 até 5 de Junho de 2010, aqui dados por reproduzidos.
A arguida consentiu no julgamento na sua ausência.
A audiência decorreu com observância de formalismo legal.
A instância continua válida e regular.
2º Fato provado:
a)Com um mês foi descoberta pelos pais adoptivos Pedro e Carla;
b)Estava triste no canil tinha sido abandonada;
c)Veio para casa muito suja e de joelhos feridos,
deixou-se lavar, escovar o pelo comprido e preto, e assim apareceu à que iria ser sua dona os pais adoptivos ofereceram-na à mãe paterna. A dona apaixonou-se por ela imediatamente, foi amor à primeira vista.
Passou a viver neste apartamento que foi a sua casa , e onde dormia com o nariz encostado ao chão da cozinha .
Cresceu e começou a falar com os pais adoptivos e a dona, todos a mimavam, compraram-lhe brinquedos, e ensinaram-lhe brincadeiras que ela adorava, gostava de todos os seres que brincassem, pertencessem ou não à família, embora fosse um pouco ciumenta quando os seus faziam festas aos outros animais.
Sempre que podia fugia para o seu amado Suby, Amor que durou até à morte!...
Goza de boa reputação no seio familiar e arredores.
Nunca respondeu ou esteve presa.
2º - Factos não provados:
- Não há
A convicção do tribunal teve por fundamento a sua conduta, testemunhada pela sua matilha adoptiva.

3º Em tempo aplica o direito.
A arguida praticou o crime de fazer feliz aqueles que a adoptaram como “filhota”. Sem ela a vida nestes 15 anos e 4 meses teria sido bem pior.

Decisão
Por isso vai condenada a esperar pelo resto da matilha, onde quer que esteja, a fim de um dia todos poderem ser felizes.

Sem custas
05 de Junho de 2010
A Tua dona e amiga,
Guida

Vai esta sentença ser depositada no coração de quem ficou a pensar em ti para sempre, Talula Maria