domingo, 30 de maio de 2010
Olho de boi nos esperava
Olho de boi é um local aprazível na margem esquerda do rio Tejo.
Sempre que minhas massinhas miúdas estrelinhas, pardalecas, borboleta-vaca,gata, pelinho na venta, tytynha e bekas, estão disponíveis, organizo uma agenda de afazeres para que tenhamos uns dias agradáveis e fora do comum.
Ora neste dia, metemos pés ao caminho e descalças, calças arregaçadas e casacos no chão apesar do frio, rebolamos na relva e na areia de uma prainha simpática, brincamos às escondidas,trepamos às árvores, como macacas "pascanhas"(palermas na minha terra), fizemos mal-me-quer e bem-me-quer com as flores amarelas que encontravamos. Enfim um dia a não esquecer, e venham mais...
março 27 de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
A Turma
Solicitamos com ternura à nossa professora, que nunca faça Delete desta sua turma, porque estaremos sempre atentos, ao enter , daremos muita atenção ao Caps Lock, o Alt Gr e o Ctrl estão na nossa mira, o Num Lock não sairá debaixo de nossos olhos, com muita ternura trataremos do Page Up e Page Downe, nossa atenção estará também voltada para o Word, assim como trataremos do Excel e Power Point, todas as teclas ficaram debaixo da nossa mira, e a todas não daremos descanso...
Não daremos trégua aos teclados. O nosso objectivo é trabalho e aperfeiçoamento, em todas as dúvidas que possam surgir a procuraremos.
Mas mesmo com o Print screen, e o Insert( que nem sei a sua utilidade), o @, e $ , € e outras siglas, na nossa mente ficará :
- Um a cara linda, simpática, disponível, atenta, pronta para dar o seu saber sua simpatia e alegria também.
E que a turma tenta com as dificuldades próprias de quem nada sabe, beber o mais possível da sua sabedoria.
Bem haja professora – gostamos muito de si e desejamos-lhe as maiores felicidades do mundo.
A Turma...
Não daremos trégua aos teclados. O nosso objectivo é trabalho e aperfeiçoamento, em todas as dúvidas que possam surgir a procuraremos.
Mas mesmo com o Print screen, e o Insert( que nem sei a sua utilidade), o @, e $ , € e outras siglas, na nossa mente ficará :
- Um a cara linda, simpática, disponível, atenta, pronta para dar o seu saber sua simpatia e alegria também.
E que a turma tenta com as dificuldades próprias de quem nada sabe, beber o mais possível da sua sabedoria.
Bem haja professora – gostamos muito de si e desejamos-lhe as maiores felicidades do mundo.
A Turma...
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Um dia no campo
Eu fiz uma vestinha para nós dois, tinhamos muitas flores,sombra de árvores à volta, o dia estava quente, depois estivemos a descansar em cima de uma esteira e à sombra da árvore, ouviasse um riacho ao longe, o mundo era nosso, só o zumbido de alguns insectos, a minha cabeça em teu peito, sentia e ouvia o bater de teu coração, estavas feliz e eu feliz estava, não queria abrir os olhos mas as horas passam rápido, o sol já estava deitado e nós levantamo-nos com pouca vontade, mas a hora da abóbora estava a chegar.
Demos aquele abraço que ambos conhecemos, desejei-te muitos e longos anos com tudo de bom em teu redor, e lá seguimos nossos caminhos um para norte outro para sul, mas ambos bem ligados por algo maravilhoso, que nos faz sorrir a cada momento.
17 Maio 2010
Margarida Simão
domingo, 16 de maio de 2010
Hoje vi-te!...
quinta-feira, 13 de maio de 2010
O Sonho
Sou como tu me vês.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como tu me vês passar.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para ti, fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio dos outros.
Clarisse Lispector
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como tu me vês passar.
É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar. Olhei para ti, fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.
Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio dos outros.
Clarisse Lispector
terça-feira, 11 de maio de 2010
Anda, abraça-me e beija-me!...
Só nós dois é que sabemos
Quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém
Só nós dois avaliamos
Este amor forte e profundo
Quando o amor acontece
Não pede licença ao mundo
Anda, abraça-me... beija-me
Encosta o teu peito ao meu
Esquece que vais na rua
Vem ser minha e eu serei teu
Que falem não nos interessa
O mundo não nos importa
O nosso mundo começa
Cá dentro da nossa porta
Só nós dois compreendemos
O calor dos nossos beijos
Só nós dois é que sofremos
A tortura dos desejos
Vamos viver o presente
Tal qual a vida nos dá
O que reserva o futuro
Só deus sabe o que será
Anda, abraça-me... beija-me
... ... ... ...
Tony de Matos
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Corro, corro, corro.
Estico a mão e não a agarro, foge sempre por entre as nuvens. Quando parece que é agora, nem pensar mais uma vez se escondeu, o astro que me faz sonhar, quando o homem com a lenha às costas está mais dobrado, ponho-me em bicos dos pés e aí sim me elevo, pondo um pé numa estrela, outro na outra e vou caminhando de encontro ao sol nascente, pela mão do homem da lua, e numa aventura constante meu coração vai descobrindo e meus olhos vendo o quão maravilhoso, os tons dos raios de luz que se desprendem para me beijar, suas cores alegres, de laranja, amarelo, lilás me cobrem e enchem de perfume, o branco, rosa e azul formam um cinto que me aperta a cintura, como se me estivesse a abraçar...
Olho com muita atenção verificando que as árvores estão floridas com mil cores perfumadas, elevando suas pétalas para serem beijadas por insectos maravilhosos pretos e amarelos de asas transparentes e que transpiram mel, melaço e tudo o que sabe bem!
Meu corpo está molengo, não sei se por me sentir extasiada com o que vejo e sinto ao meu redor, se pela preguiça por estar envolta em brancas nuvem, onde de volta e meia os raios do sol nascente, me vêm beijar, secando as gotas de orvalho que ainda pingam de meu corpo inebriado de tanta harmonia...
Dia 7 de Maio de 2010-05-07
Guida
segunda-feira, 3 de maio de 2010
BODEGA
Às vezes, no rústico balcão
de velha tábua enegrecida
o tempo parava...
Às vezes, o vento passava
e o papel de embrulho acenava
convidando o cliente
a absorver o aroma
pungente de couro curtido
que se irradiava no ar...
Só a velha balança parada
com os pratos vazios
ponderava o que havia
de sabor no denso langor
de algo invisível a indicar
que a tarde se dissipava
pesarosa a chorar...
E quando vinha freguês
antonio, maria ou joão
de caderneta na mão
fiava o açúcar, a farinha,
num embrulho feito com arte
com dedos magros da mão
de um bodegueiro artesão!
de Raimundo Candido
de velha tábua enegrecida
o tempo parava...
Às vezes, o vento passava
e o papel de embrulho acenava
convidando o cliente
a absorver o aroma
pungente de couro curtido
que se irradiava no ar...
Só a velha balança parada
com os pratos vazios
ponderava o que havia
de sabor no denso langor
de algo invisível a indicar
que a tarde se dissipava
pesarosa a chorar...
E quando vinha freguês
antonio, maria ou joão
de caderneta na mão
fiava o açúcar, a farinha,
num embrulho feito com arte
com dedos magros da mão
de um bodegueiro artesão!
de Raimundo Candido
Tenho Medo de Perder a Maravilha
Tenho medo de perder a maravilha
de teus olhos de estátua e aquele acento
que de noite me imprime em plena face
de teu alento a solitária rosa.
Tenho pena de ser nesta ribeira
tronco sem ramos; e o que mais eu sinto
é não ter a flor, polpa, ou argila
para o gusano do meu sofrimento.
Se és o tesouro meu que oculto tenho
se és minha cruz e minha dor molhada,
se de teu senhorio sou o cão,
não me deixes perder o que ganhei
e as águas decora de teu rio
com as folhas do meu outono esquivo.
Federico García Lorca, in 'Poemas Esparsos'
de teus olhos de estátua e aquele acento
que de noite me imprime em plena face
de teu alento a solitária rosa.
Tenho pena de ser nesta ribeira
tronco sem ramos; e o que mais eu sinto
é não ter a flor, polpa, ou argila
para o gusano do meu sofrimento.
Se és o tesouro meu que oculto tenho
se és minha cruz e minha dor molhada,
se de teu senhorio sou o cão,
não me deixes perder o que ganhei
e as águas decora de teu rio
com as folhas do meu outono esquivo.
Federico García Lorca, in 'Poemas Esparsos'
Escreve!
Não sei o que supor
Do teu silêncio. Escreve!
Quem é amado deve
Ser grato ao menos, flor!
Se eu fosse tão feliz
Que te falasse um dia,
De viva voz diria
Mais do que a carta diz.
Mas olha, tal qual é,
Não rias desse escrito,
Que pouco ou muito é dito
Tudo de boa-fé.
Há nesse teu olhar
A doce luz da Lua,
Mas luz que se insinua
A ponto de abrasar...
Pareça nele, sim,
Que há só doçura, embora,
Há fogo que devora...
Que me devora a mim!
Que mata, mas que dá
Uma suave morte;
Mata da mesma sorte
Que uma árvore que há;
Que ao pé se lhe ficou
Acaso alguém dormindo
Adormeceu sorrindo...
Porém não acordou!
Esse teu seio então...
Que encantadora curva!
Como de o ver se turva
A vista e a razão!
Como até mesmo o ar
Suspende a gente logo,
Pregando olhos de fogo
Em tão formoso par!
Ó seio encantador,
Delicioso seio!
Que júbilo, que enleio,
Libar-lhe o néctar, flor!
Eu tenho muita vez
Já visto a borboleta
Na casta violeta
Pousar os leves pés;
E num enlevo tal,
Numa avidez tamanha,
Que a gente a não apanha
Com dó de fazer mal!
Pegada à flor então
No pé curvinho e mole,
As asas nem as bole
Toda sofreguidão!
Pousou... adormeceu!
Só vê, só ouve e sente
O cálix rescendente
Daquele mel do céu!
Pois vê com que prazer
E com que ardente sede
Te havia... que não hei-de!...
Também beijar, sorver!
Mas eu só peço dó,
Só peço piedade!
Mata-me a saudade
Com duas Unhas só!
Eu, a não ser em ti,
Achar alívios onde?
Escreve-me! responde
A carta que escrevi!
Cansado de esperar
Às vezes quando saio,
Pensas que me distraio?
Pois volto com pesar!
Concentra-se-me em ti
A alma de tal modo,
Que esse bulício todo
Nem o ouvi, nem vi!
Ninguém te substitui
Porque só tu és bela!
Que estrela a minha estrela,
E que infeliz que eu fui!
Mas devo-te supor
Sempre indulgente e boa:
Escreve-me e perdoa
Meu violento amor!
Respeita uma afeição
Inútil mas sincera!
Tu és mulher, pondera
O que é uma paixão.
Com sangue era eu capaz
De te escrever; portanto,
Tinta não custa tanto,
E não me escreverás?
Uma palavra, sim,
Que me não amas... queres?
Enquanto me escreveres,
Tu pensarás em mim!
Só essa ideia, crê,
Encerra mais doçura
Que as provas de ternura
Que outra qualquer me dê!
João de Deus, in 'Campo de Flores'
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