domingo, 28 de março de 2010

As voltas que a vida dá



A vida era pacata, nada acontecia na aldeia.
Meu tio era serrador, o seu instrumento de trabalho: A serra braçal, e por vezes passava semanas fora de casa, quando o trabalho assim o exigia, lá seguia pelas florestas do país, para trazer uns parcos escudos, que mal dava para a família se alimentar, e a família tinha acabado de aumentar a minha terceira prima ainda só tinha um ano e já vinha outro a caminho.
Então teriam mesmo de fazer o que já haviam planeado, com a ajuda do governo da época o tio Afonso tratou da papelada, e a tia Ernestina ia fazendo umas roupitas para as meninas, que a viagem para Moçambique não tardava, iam como tantos outros procurar melhorar a vida assim como a de seus filhos.
Estávamos em meados dos anos cinquenta. Odete, a minha terceira prima, contar-me-ia mais tarde, quando começamos a trocar correspondência, que um dos locais por onde tinham passado tinha o nome do nosso avô Lourenço Marques, mas o local para onde os levaram verifiquei mais tarde que se situava no distrito de Cabo Delgado e a cidade chamava-se Pemba, local rico em madeira, e paradisíaco pelas suas praias.
O tempo passou, a Odete cresceu, e o militar apareceu, o romance nasceu, e os enamorados casaram, a primeira filha nasceu, a bomba rebentou, e o Eduardo perdeu, uma perna pelo ar, uns quantos dedos das mãos, e estilhaços a picarem!...

11 comentários:

  1. Estimada Margarida, todavía no tengo traductor, y si bien entendí, tu narración, pierdo mucho de su belleza expresiva.
    Es una historia triste.
    Dejo un cariño para ti querida Margarida.

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  2. Bem escrito. Com ritmo e concisão. Parabéns.O drama familiar, muito comum nos tempos de guerra, é sempre de lamentar.

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  3. vueltas y vueltas sigu la vida dando y en tanto vuelta y con tanto mareo nos seguimos encontrando. Muy bonitas las palabras que dejaste para que las tengamos todos. siguie asi compañera que m encantan.

    www.falsario.org
    www.falsario.es

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Obrigada Falsário,
    Obrigada Abuela frescotona,
    Obrigada FMF,
    Pela vossa visita ao meu humilde espaço, faço-o com muito amor e carinho para que todos possam usufruir de meus pensamentos.
    Bem hajam.
    Beijinhos
    Margarida

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  6. Uma história tocante, drama de um tempo desgraçado. Os tios, as prima,regressaram às origens, após a descolonização ou por lá ficaram?.

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  7. Regressaram e o drama ainda foi pior...
    Obrigada pela visita.
    Guida

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  8. gracias por compartir!

    Siempre un placer pasar a leerte!

    Recibe un relajante y cálido abrazo par tu ser.

    Beatriz

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  9. Hola gracias por tu visita tienes cosas muy lindas intentare poner traducto para leer con calma ...encantada de concerte un abrazo Begoña

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