sábado, 10 de janeiro de 2009

Minhas mãos

AS MÃOS


AS MÃOS APANHAM SEMPRE OS CACOS… E, SEGUEM SEMPRE EM FRENTE





Ora muito bem vamos então às mãos, descrevê-las é bastante difícil pois elas são multifacetadas, elas podem ser calejadas, macias bem tratadas, são para mim comparadas com o coração…
Com as nossas mãos sentimos o coração:
-Sentimos o que os olhos vêm;
- Sentimos o que o nosso olfacto nos transmite;
- Sentimos o que o nosso paladar nos diz;
- Sentimos o que nossos ouvidos ouvem;
- Sentimos o tacto de todas as coisas, sentimos o Amor, fazemos carinho, dizemos adeus, e tantas outras coisas.

É incrível como nem nos apercebemos do bem super precioso que são as nossas mãos. Foi com elas que comecei a fazer gracinhas quando nasci, mais tarde as mesmas demonstraram amor a quem me rodeava, com as mesmas aprendi a trabalhar e seguindo o rumo da vida, também elas aprenderam a escrever, a descobrir o meu corpo e claro sempre com o decorrer do tempo, também através de meu coração, as minhas mãos me mostraram a maior das sensações da minha vida, as minhas mãos pegavam ao colo o meu primeiro filho, e ainda hoje me recordo bem dessa sensação e já lá vão 40 anos, um ser minúsculo e lindo, doce e macio, minhas mãos percorreram seu corpo vendo com meus dedos se tudo estava bem, com meu bebé.
Claro que mais tarde voltei a sentir o mesmo com o nascimento do meu segundo filho, creio terem sido os momentos que minhas mãos e meus dedos mais felizes se sentiram em toda a minha vida.
No entanto analisando neste momento, estes dois pedaços de carne, com uns ossos e uma pele já gastas e uns tendões a segurar, e sentem-se como nunca eu pensei ser possível que conseguissem trabalhar tanto e com orgulho pelo que fazem, na sua vida o seu objectivo 1º é dar, é ser útil, elas se estendem para os outros nunca ficam encolhidas seja qual for a situação.
Pois bem as minhas mãos, para além de saberem acariciar e de dar AMOR, elas sabem falar, pois eu falo através delas, sabem cozinhar, limpar, fazer trabalhos manuais, servem também para repreender, para dar ordens. Amigos, tanto, tanto que elas fazem, dar banho às netas e à nossa cadelinha “ Talula”, que faz parte da família, arrumar tudo o que em casa é deixado fora do sítio, e o que não é deixado tem que ser limpo, elas o fazem.
Mas também servem para dar aquele abraço a um amigo que tanto necessita de umas festas na cabeça e nas costas, claro que as mesmas por vezes também se zangam comigo pelo mau trato que lhes dou, pois como são fortes exijo sempre demais delas, mas eu sei que elas me desculpam, pois como digo muitas vezes “ O legado que me foi deixado por herança por meus pais” foram duas mãos e dois braços fortes para trabalhar, pois nunca se recusaram a nada, e ainda hoje com tanto trabalho que toda a vida tiveram, elas sentem-se felizes por poderem ser úteis a todos os que as rodeiam.
E, assim as minhas mãos são lindas, fortes e saudáveis, agradeço às minhas mãos tudo o que de bom me deram a conhecer e a sentir na vida, (pois coisas tristes não são para mim), olho para elas e fico grata por tudo o que têm feito e claro não as vou deixar descansar ainda, temos muitas coisas boas na vida, que temos que fazer em conjunto, desde ajudar os filhos e as netas, até aos meus idosos da Santa Casa da Misericórdia onde faço o meu voluntariado, aos meus meninos de rua da Costa da Caparica onde as minhas mãos vão também ajudar voluntariamente para que tenham uma vida mais saudável e felizes, os trabalhos na minha casa também, mas tudo o que fazemos juntas elas sabem que é sempre por uma boa causa, para que todos sejam mais felizes neste mundo.
OBRIGADO MINHAS MÃOS.


Margarida Simão

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