domingo, 18 de janeiro de 2009

A Flor da honestidade


Conta-se que por volta do ano 250 A.C. , na China antiga, um príncipe da região norte do país estava ás vésperas de ser coroado Imperador mas, de acordo com a Lei ele deveria casar.
Sabendo disso ele resolveu fazer uma disputa entre as moças da corte, ou quem quer que se achasse digna de sua proposta.
No dia seguinte o príncipe anunciou que receberia numa celebração especial todas as pretendentes e lançaria um desafio.
Uma velha senhora serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leva tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar a casa relatou o facto à jovem e admirou-se ao saber que ela pretendia ir, à celebração e perguntou incrédula:
_ Minha filha que farás tu lá? Estarão presentes as mais belas e ricas moças da corte. Tira essa ideia insensata da cabeça, eu sei que tu deves estar a sofrer mas não tornes o sofrimento uma loucura.
E, a filha respondeu: Não querida mãe, não estou a sofrer e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser a escolhida… mas é a minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e, isso já me torna feliz.
À noite a jovem chega ao palácio. Lá estavam de facto as mais belas raparigas, com as mais belas roupas, e as mais belas jóias, e também as mais determinadas intenções .
Então finalmente o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vós uma semente. Aquela que daqui a seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida para minha esposa, e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu as profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de “cultivar” algo.
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes de jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava de se preocupar com o resultado.
Passaram-se três meses e nada surgiu.
A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido.
Dia após dia, por fim os seis meses haviam passado, e nada havia nascido da sua semente.
Consciente do seu esforço e dedicação a jovem comunicou a sua mãe que, independentemente das circunstâncias retornaria ao palácio na data e hora combinadas, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada lá estava, com o seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela que a outra das mais variadas formas e cores.
Ela estava admirada nunca tinha presenciado tão bela cena.
Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes, com muito cuidado e atenção.
Após passar por todas uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa.
As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reacções. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado.
Então, calmamente o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz “ A Flor da Honestidade”.
Pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
Se para vencer estiver em jogo a sua honestidade… Perca.
(Desconheço o autor)

1 comentário:

  1. Pois..
    A história é bonita.
    Mas eram tempos (que aliás nunca existiram ´)..onde a honestidade era recompensada.
    Hoje..e sempre..se roubas um tostão és um ladrão..se roubas um milhão..vais para as ilhas Caimão gozar a reforma.
    Nuno

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